Por volta das 9h40 desta quarta-feira (13/12), o médium João de Deus, que é acusado de abuso sexual, chegou a Abadiânia para atendimentos na Casa Dom Inácio de Loyola. Minutos depois, ele deixou o local aparado por advogados, funcionários e pessoas que se identificaram como médicos, que alegaram que ele passou mal durante o início dos trabalhos espirituais.
Conforme o Correio Brasiliense, seguranças e funcionários do centro espírita impediram que repórteres, fotógrafos e cinegrafistas se aproximassem do médium. Cerca de mil pessoas foram à Casa Dom Inácio acompanhar os trabalhos do médium. Após passar mal, o médium rebateu as acusações de abusos de sexual antes de entrar em um carro branco e deixar o local. “Sou inocente e acredito que a verdade aparecerá. Isso nunca aconteceu aqui”, disse rapidamente. Mais de 200 mulheres já denunciaram supostos assédios.
Esta é a primeira aparição de João de Deus em Abadiânia após a acusação de abuso sexual. Ele ficou apenas cerca de oito minutos em seu centro espiritual. “Ele foi embora porque não teve condições de incorporar. Ele está medicado e precisa de momentos de paz e tranquilidade para realizar o trabalho espiritual. Esperamos que na parte da tarde ele consiga ter se restabelecido e voltar a atender normalmente”, explicou Cláudio Prujar, voluntário da Casa Dom Inácio que ficou responsável por atender a imprensa.
De acordo com o Correio Brasiliense, repórteres e cinegrafistas foram agredidos com socos e até mordidas durante a aparição de João de Deus. “Lamentamos o que aconteceu, não é de nosso costume, mas foi uma situação que saiu do controle”, lamentou Prujar. Alguns fiéis ameaçaram profissionais de imprensa. “Vocês terão câncer e voltarão todos aqui para se curar. Você se arrependerão do que estão fazendo”, gritava uma mulher. A expectativa é que João de Deus retorne à Casa Dom Inácio de Loyola a partir das 14h.
Pela manhã, os atendimentos aconteceram normalmente com outros médiuns da corrente. Preces e orações iniciaram o ritual. Depois, uma ajudante do centro espírita separou os fiéis entre aqueles que visitavam o local pela primeira vez, aqueles que estavam ali pela segunda vez e, finalmente, aqueles que passaram por cirurgias espirituais há mais de oito dias.
A todo momento é pedido para que se faça silêncio e que os celulares e máquinas permaneçam desligados. Parte da equipe está responsável por esclarecer as denúncias de abuso sexual. Em outro momento, um homem conversava com um casal de americanos. Eles questionavam a conduta de João de Deus. O funcionário repudiou as acusações. “Jamais isso aconteceu aqui. Confiamos na conduta do médico. Vocês sabem, vocês conhecem o nosso trabalho. Aqui são distribuídos amor e caridade”, afirmou.
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