E eis que depois de um longo processo de negociação, os ativos da rede móvel da Oi foram vendidos. Eles foram arrematados pelo consórcio formado por Vivo, Clarom e TIM, em um leilão realizado nesse segunda-feira (14) na 7º Vara Empresarial do Rio de Janeiro.
Com a venda, a marca Oi não deve mais existir no cenário de telefonia móvel do Brasil. Em recuperação judicial, a empresa deve focar apenas no mercado de infraestrutura e fibra que, também, devem ter parte de seus ativos vendidos posteriormente.
A venda dos ativos de redes móveis da Oi faz parte de um plano anunciado pela empresa em janeiro, como forma para amortizar a sua dívida, que chegou a ser de R$ 64 bilhões em 2016. Mais da metade desse valor foi renegociado, mas a direção da empresa afirma que não teria condições de se manter a médio prazo, caso não vendesse suas redes móveis. A companhia dividiu seus ativos para a negociação em quatro unidades: Torres, InfraCo, InfraCo e Ativos Móveis. Com a venda deste último, apenas a unidade de infraestrutura (InfraCo) ainda não foi negociada.
Antes da venda de hoje, a Oi já havia negociado sua unidade de torres por R$ 1,067 bilhão para a Highline do Brasil, empresa fundada em 2012 pela gestora Pária Investimentos - e vendida em dezembro do ano passado para a norte-americana Digital Colony. O negócio ocorreu em novembro último e, na mesma ocasião, a Titan Venture Capital comprou a divisão de data centers da Oi por R$ 325 milhões.
Uma parcela da InfraCo deve entrar em leilão já nos próximos meses, com o lance mínimo de R$ 6,5 bilhões, Ao anunciar seu plano de vendas, a Oi afirmou que o comprador ficará com 51% de participação (capital votante).
Como fica o mercado?
Com a saída da Oi da área de telefonia móvel, o setor ficará ainda mais concentrado. A Vivo, líder do mercado terá sua participação ampliada de 33% para 37%; já a Tim assume a segunda colocação, pulando de 23% para 32%. A Claro perde uma posição e fica na terceira posição, indo de 26% para 29% do marketshare. Antes da venda, a Oi era a quarta colocada, com 16%.
O restante do mercado - cerca de 2% - fica com as operadoras regionais, de menor porte e que atendem áreas que não interessam às grandes operadoras.