Confira 10 temas polêmicos que devem dominar pauta do Congresso em 2018

Confira 10 temas polêmicos que devem dominar pauta do Congresso em 2018

Na volta do recesso parlamentar, que ocorre no dia 2 de fevereiro, o Congresso tem uma lista de temas polêmicos para votar. Encabeçando esse ranking está a reforma da previdência, mas ela não está sozinha, as mudanças nas leis trabalhistas também prometem esquentar os debates.

Há também a discussão sobre a cassação do deputado Paulo Maluf e a análise do processo contra Lúcio Vieira Lima. Os parlamentares ainda têm na pauta o aborto, o casamento gay, o foro privilegiado e regra de ouro.

Confira abaixo alguns dos assuntos que devem dominar a agenda política em Brasília, neste ano, de acordo com levantamento do portal G1:

1 – Reforma da Previdência

A reforma da Previdência (PEC 287/16), cuja votação está marcada para 19 de fevereiro, deve ser o principal tema em análise no Plenário da Câmara dos Deputados em 2018. Essa é a opinião tanto de líderes de partidos da base do governo, que defendem a medida como necessária para equilibrar as contas do País, quanto da oposição, que alerta sobre a retirada de direitos e quer evitar a aprovação da proposta.

Como não tem os 308 para aprovar a emenda constitucional, o Palácio do Planalto corre contra o tempo para conseguir o apoio necessário. Se passar na Câmara, seguirá ao Senado.

2 – Reforma trabalhista

A nova legislação trabalhista entrou em vigor em novembro. No entanto, houve polêmica em torno de alguns pontos, e o governo federal enviou ao Congresso uma medida provisória com ajustes.

As mudanças propostas especificam, por exemplo, as regras para a jornada 12 X 36 e a contratação de autônomos. A MP precisa ser aprovada pela Câmara e depois pelo Senado.

3 – Cassação de Maluf

Depois de o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin determinar o cumprimento da pena de Paulo Maluf (PP-SP), em regime fechado, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, encomendou parecer aos técnicos da Casa.

A depender do resultado, a palavra final sobre a perda do mandato de Maluf deve ficar nas mãos dos parlamentares, durante votação em plenário. “Apesar da idade avançada de Maluf, que pesa entre os deputados, fica difícil manter o mandato depois da prisão. A palavra final será da Câmara, mas o ambiente é de cassar o mandato. Ainda mais em ano eleitoral e com a votação aberta”, observou um deputado do PP, partido de Maluf.

Maluf está preso na Papuda (DF), após Fachin ter determinado, no último dia 19, que ele começasse a cumprir a pena de 7 anos, 9 meses e 10 dias de prisão, pelo crime de lavagem de dinheiro.

4 – Conselho de Ética

Depois de arquivar todos os processos abertos para apurar conduta de deputados em 2017, o Conselho de Ética da Câmara deverá analisar neste ano o caso do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima.

O parlamentar peemedebista é acusado pelo Ministério Público de lavagem de dinheiro e associação criminosa pelo episódio dos R$ 51 milhões encontrados em um apartamento de Salvador.

5 – Regra de ouro

O governo federal estuda enviar ao Congresso uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para mudar a chamada “regra de ouro” das contas públicas. Diante da crise fiscal, o objetivo é evitar ser acusado de crime de responsabilidade, que, em tese, pode motivar um processo de impeachment.

Essa regra limita quanto o governo pode se endividar e impede que a União pegue dinheiro emprestado para pagar despesas de custeio, como salários de servidores, aluguéis, água e luz.

6 – Foro privilegiado

A Câmara deverá instalar uma comissão especial para debater a restrição do foro privilegiado. Na proposta, ficariam com foro apenas os presidentes da República, do Senado, da Câmara e do Supremo Tribunal Federal (STF).

7 – Casamento homoafetivo

O plenário do Senado pode votar projeto que garante a realização de casamentos homoafetivos. A proposta estabelece como entidade familiar “a união estável entre duas pessoas”. Atualmente, o Código Civil considera entidade familiar a “união estável entre o homem e a mulher”.

O projeto entrou na pauta no fim do ano passado, mas, após forte resistência de parlamentares da bancada religiosa, a análise do texto acabou adiada.

8 – Aborto

A comissão especial da Câmara que discute o aborto pode terminar de votar no retorno do recesso o relatório que inclui na Constituição a previsão de que o direito à vida fica garantido “desde a concepção”.

Críticos ao texto dizem que, na prática, a expressão proíbe o aborto, mesmo nas situações em que é atualmente permitido, como no caso de estupro. O texto-base do projeto foi aprovado em novembro.

Falta, porém, terminar a análise de destaques, que podem alterar o conteúdo. Depois, ainda precisará ser votado no plenário da Câmara e do Senado.

9 – Estatuto do desarmamento

O Senado pode analisar propostas que promovem alterações no Estatuto do Desarmamento. Um projeto, que está na pauta do plenário, tem o objetivo de assegurar, a residentes em áreas rurais, a aquisição de uma arma de fogo de uso permitido.

Outra medida – sob análise da CCJ – é mais radical: revoga o estatuto e estabelece novas, e mais brandas, regras para a posse e o porte de armas.

10 – Maioridade penal

A CCJ do Senado pode analisar uma proposta que possibilita que jovens de 16 a 18 anos respondam como adultos pela prática de crimes graves, como homicídio, latrocínio e estupro.

O texto chegou a entrar na pauta da CCJ em 2017, mas, sem acordo, saiu da lista de votações do colegiado.

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