Criatividade e emoção marcam abertura da Paralimpíada no Rio
A expectativa era grande: o Brasil já tinha sentido o gostinho do que era uma cerimônia de abertura feita em casa nos Jogos Olímpicos. Com o Maracanã lotado após um boom na venda de ingressos, os Jogos Paralímpicos começaram nesta quarta-feira, 7, no Rio de Janeiro com uma festa que não ficou devendo em organização e emoção.
A porta-bandeira do Brasil foi a campeã paralímpica e recordista mundial do arremesso de dardo Shirlene Coelho – primeira mulher a carregar a bandeira brasileira nos Jogos. O país foi o último dos 160 participantes a desfilar no Maracanã – com a equipe, chegou a última peça do quebra-cabeça no formato de um coração humano, feito com fotos dos atletas.
O público que compareceu ao Maracanã foi homenageado. O presidente do Comitê Paralímpico Internacional, Sir Philip Craven, exaltou a humanidade de quem vai prestigiar os Jogos Paralímpicos. “Seus valores deixam claro o que vocês apoiam e, mais importante, quem vocês são. Mostrem ao mundo que não há eles, há apenas nós, pessoas com todos os tipos de habilidades, nacionalidades e sexualidades. Somos parte de um só mundo”, disse.
Entre os momentos mais marcantes da cerimônia ficaram alguns inusitados, com claras referências à abertura dos Jogos Olímpicos. Logo na pré-cerimônia, o mascote Vinícius desfilou ao som de Garota de Ipanema com um vestido dourado, em alusão à participação da modelo Gisele Bündchen na Olimpíada.
Um dos diretores criativos da cerimônia dos Jogos Paralímpicos, Marcelo Rubens Paiva, brincou com as críticas direcionadas à torcida brasileira, e convidou o público a repetir alguns cânticos ‘polêmicos’. Minutos depois, o atleta radical Aaron Wheelz ‘voou’ após saltar na cadeira de rodas de uma mega rampa, abrindo oficialmente a comemoração.
Da arquibancada, a resposta foi positiva. O público correspondeu com ‘olas’, batendo palmas e ligando as luzes dos celulares. A execução do hino nacional no piano pelo maestro João Carlos Martins, seguido pela formação de uma bandeira do Brasil pelos figurantes, também arrancou palmas.
Com muita chuva, quem acendeu a pira paralímpica foi o nadador Clodoado Silva, dono de seis ouros, cinco pratas e dois bronzes.
#ForaTemer
O presidente Michel Temer foi vaiado quando declarou abertos os Jogos. Mas houve gritos de ‘Fora Temer’ no Maracanã antes mesmo do início do evento e, com mais força, durante o discurso do presidente do Comitê Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman. Já Sir Philip Craven, aplaudido durante todo seu discurso, foi vaiado quando agradeceu o empenho do governo federal.
Fotos: Sergio Moraes / Reutetrs