Samarco faz obra e desmata sem autorização, diz MP
O Ministério Público de Minas Gerais afirma ter identificado irregularidades em uma obra que a mineradora Samarco faz no complexo de barragens de Germano, em Mariana (MG). Em novembro, uma barragem se rompeu no local e matou 19 pessoas.
A intervenção, segundo a Promotoria, é próxima a um dique usado para conter a lama que escorre para os afluentes do rio Doce e não tem projeto ou responsável técnico.
Além disso, o Ministério Público diz que a mineradora desmatou uma área de Mata Atlântica sem autorização. A vistoria foi feita na sexta (1º).
“Na nossa visão, isso indica uma ilegalidade grave e até uma prática de crime, então nós requisitamos a vistoria pela Polícia Militar Ambiental e estamos aguardando chegar um laudo e uma eventual autuação a partir da qual vamos adotar providências cabíveis”, afirmou o promotor Mauro Ellovitch nesta terça (5).
Outro promotor, Marcos Paulo Miranda, afirma que “a área atingida virou uma verdadeira terra de ninguém”. “A empresa faz o que quiser sem consultar os órgãos ambientais”.
Samarco
Em nota, a Samarco, cujas donas são a Vale e a BHP Billiton, afirma que “prestou todos os esclarecimentos ao Ministério Público” durante a vistoria. A obra, segundo a mineradora, foi feita para retirar um material que havia caído no córrego de Santarém e depositá-lo em um aterro localizado em outra área.
“A intervenção teve o objetivo de proporcionar acesso para auxiliar no direcionamento dos sedimentos carregados pelo córrego para o dique”, diz a empresa.Em relação ao desmatamento, a Samarco afirma que “trata-se de uma intervenção de caráter emergencial, devidamente comunicada ao órgão responsáveis”.
“As devidas regularizações estão sendo realizadas, restando aos órgãos ambientais competentes manifestarem-se sobre os documentos apresentados”, diz o comunicado.
Com informações da Folhapress