Médica cubana morre com suspeita de gripe H1N1 em Barreiras
A médica cubana Clara Elisa Gonzalez Mendez, 42, que atuava no programa federal Mais Médicos em Bom Jesus da Lapa (a 777 km de Salvador), morreu na noite da última terça-feira com suspeita de gripe H1N1.
Amigos e colegas velaram o corpo de Clara, nesta quarta-feira, 20, na capela do Hospital do Oeste, em Barreiras. O corpo será levado para Cuba, onde ocorrerá o sepultamento.
A médica atuava no programa desde 2013 e estava internada no Hospital Municipal Carmela Dutra, em Bom Jesus da Lapa, desde domingo, tratando, a princípio, uma pneumonia.
“Segunda-feira, ela apresentou secreção pulmonar com sangue e os colegas médicos desconfiaram de tuberculose”, disse o secretário da Saúde de Bom Jesus da Lapa, Marcélio Magno, ressaltando que exames descartaram a hipótese.Clara foi transferida para a unidade de terapia intensiva do Hospital do Oeste terça-feira à tarde. Segundo nota do hospital, “ela chegou com parada cardiorrespiratória e morreu após a execução de táticas de reanimação, sem sucesso”.
Amostras de sangue da cubana foram levadas ao Laboratório Central, em Salvador, para averiguar se a morte tem relação com a gripe H1N1. A Secretaria da Saúde do estado não informou prazo para o resultado.
O corpo de Clara Elisa será sepultado na terra natal, mas em data ainda não confirmada, segundo informações de pessoas próximas. Nesta quarta, durante algumas horas, os amigos e colegas de trabalho de Bom Jesus da Lapa velaram o corpo da médica emocionados.
Conforme o secretário municipal Marcélio Magno, a morte da médica causou comoção entre a população e os colegas de trabalho.
Velocidade
“O que mais assustou foi a velocidade com que tudo aconteceu. Começou como uma gripe, que ela mesma estava tratando, e evoluiu muito rápido para o óbito”, afirmou o gestor, acrescentando que, no município, nenhum outro caso suspeito foi notificado este ano.
“De acordo com registros no prontuário da paciente no Hospital do Oeste, a causa do óbito foi pneumonia e síndrome de angústia respiratória aguda (Sara)”, conforme a nota do HO.
A síndrome é frequentemente diagnosticada em pacientes com o vírus influenza A H1N1, afirmou o médico infectologista Alexandro Costa, ressaltando que só o resultado dos exames do Lacen poderão confirmar se a médica estava com a gripe.
Clara Elisa fazia parte de uma equipe de oito médicos que atuam pelo programa Mais Médicos em Bom Jesus da Lapa, sendo ela uma das cinco cubanas que compõem o grupo. O translado do corpo para seu país de origem foi providenciado pela Organização Pan-americana da Saúde (Opas) e pelo Consulado de Cuba no Brasil.