Fale Direito: Perguntas

Hoje é dia 08 de dezembro, dia de homenagens à Nossa Senhora da Conceição e acabo de chegar da procissão. Sinto-me cansado pelo percurso mas, principalmente, pelo sol glorioso e escaldante desta tarde de quinta-feira.

Em dado momento da procissão, quando estávamos na beira-rio, fiquei observando a imagem de Nossa Senhora por trás. Percebi seu manto azul preponderando e um leve tecido rosa bem clarinho lhe embelezando. A música serena, o povo cantando, gente rezando e andando descalço no asfalto quente me vez pensar, pensar e pensar. Quem sou eu? Por que estou aqui? O que eu deveria fazer? Qual é o meu destino? Qual o significado de tudo isso?

São algumas das profundas questões que nos fazemos ao empreendermos a jornada da vida. A busca do significado é intrínseca à natureza humana. Como criaturas pensantes, queremos compreender por que nos encontramos nesta estrada e aonde a viagem nos conduz. Esse lugar nos deixará verdadeiramente felizes e satisfeitos?

Sem respostas para estas perguntas, sentimo-nos um pouco desorientados. Somos errantes, empenhados na busca de um fim e um objetivo, de um propósito e uma conexão.

Abraham Lincoln por certo passou por estes questionamentos porquanto certa vez observou que “Se pudéssemos saber primeiramente onde estamos e para onde nos dirigimos, teríamos a noção do que fazer e poderíamos julgar a melhor maneira para tal”.

Muitas vezes nos atemos fielmente a conceitos como a coragem e a perseverança e a responsabilidade e a lealdade. Qual é o bem que, em ultima instancia, isso nos traz? O que tem as virtudes a ver com o nosso lugar no universo, a razão de estarmos aqui e a nossa natureza de seres humanos? Por que deveríamos ser criaturas morais?

É um grande desafio pensar em nossas ações por que elas nos lembram que em muitos aspectos a vida é uma jornada interior. Os antigos filósofos gregos acreditavam que o autoconhecimento é o objetivo mais elevado: “a vida que deixamos de examinar não vale a pena ser vivida” diziam eles. É fácil admitirmos que sabemos bastante sobre nossas próprias vidas. Mas, o sentimento de estarmos à deriva no mundo pode ser, em grande escala, o resultado de não conseguirmos viver conforme a máxima dos antigos “conhece-te a ti mesmo”.

Na procissão pensei também na vida e na morte. Ao pensar na morte sinto que embora seja o fim da vida, ela não é o seu propósito nem significado. Por outro lado, a vida, também num certo sentido, é uma jornada do berço ao túmulo, porem num aspecto mais importante É UMA JORNADA DE COMPREENSÃO DO PROPRIO SER, DE SUAS CRIATURAS IGUAIS E DO DESEJO DIVINO.

Assim, a coragem, a compaixão, a honestidade, a lealdade e todas as outras virtudes podem constituir toda a diferença. PODEM SER A DIFERENÇA. Podem ser um destino, porque a maneira de viajarmos é mais importante do que a distância que conseguimos percorrer. Conforme disse Samuel Johnson “a vida, como todas as outras bênçãos, extrai seu valor do próprio uso apenas. Não por si mesma, mas por um propósito mais nobre que o eterno lhe concedeu; e este propósito é a virtude”.

No fim, podemos descobrir que as coisas a que chamamos virtudes estão entre as razões pelas quais nos encontramos aqui. Não são apenas meios; muito freqüentemente, são os próprios fins. E quando se tornam preceitos pelos quais nos guiamos, nossas próprias ações acontecem de ser as melhores respostas para as grandes questões da vida.

Obrigado minha querida Gícia (Banco do Brasil) e meu amigão com Síndrome de Down porque, seguro nas mãos de vocês, pude refletir sobre questões da vida.

Ricardo Sampaio é advogado com Mestrado em Direito pela Unicap e Professor do Curso de Direito da Uneb-Jacobina{jcomments on}

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