Fale Direito: A política do apagar das luzes

Na disciplina Ciência Política, que ministro no curso de direito da Uneb-Jacobina, tenho tentado alinhar política enquanto ciência social com contemporaneidade, através de uma rápida abordagem sobre o significado deste novo momento do Brasil, após a estabilidade conquista por Fernando Henrique Cardoso e amadurecida por Luís Inácio.

Há um livro jornalístico, fantástico, intitulado “O Lulismo no poder”, que retrata os oito anos do governo do PT sob a perspectiva de um governo que tendia a ser popular e que arrasou os nossos sonhos com tantos escândalos, envolvendo corrupção nos mais diversos setores. Há uma critica bastante coerente sobre o atual aparelhamento estatal, que revela um câncer corruptivo tão grande, que chega a ser maior do que em outras épocas de governos compostos por tendencias ditatoriais e da chamada direita. A critica não é nada pessoal, o mento histórico é o da “esquerda” e por isso não da para ficar com o saudosismos critico da ditadura, nem da era da novel redemocratização. O que é feito hoje é o que repercute mais diretamente no que comemos, bebemos e usufruímos. Afinal, o futuro não existe!

Esta introdução é apenas para chamar a atenção de que precisamos estar atentos ao que ocorre no Brasil, na Bahia e agora, principalmente, em Jacobina. Ora, no ano passado, quando programava um seminário sobre o lulismo no poder, com a oportunidade de convidar todos os seguimentos políticos da cidade, para uma grande mesa acadêmica, onde discutiríamos as perdas e ganhos dos últimos anos, sem as paixões partidárias.

Para meu espanto, os diretórios partidários da cidade só são atualizados por ocasião do processo eleitoral municipal, no geral. Quando tive acesso a lista dos partidos políticos com diretórios na cidade, me deparei até com pessoas jaz falecidas, ainda presidindo partido cadastralmente. Deste modo, podemos concluir que a associação partidária é de conveniência, num momento especifico do ano e, pasmem, a cada quatro anos.

Por estas e outras o seminário não teve como prosperar naquele momento, frustando este docente e os alunos que já começavam a se empolgar com a ideia de transformar a nossa Uneb numa praça grega, na qual seus cidadãos poderiam discutir livremente suas ideias, ou sendo poético, tal qual Caetano Veloso, sentindo filosofia.

Ocorre que com o apagar das luzes de outubro de 2010, o prazo para filiação partidária é de um ano anterior ao pleito, todos os partidos já se regularizaram. Pior, se renovaram! Pior porque repete-se o passado, a conveniência, politicagem, onde mais parece seres humanos vestindo roupas que não lhes cabem, passando a ideia do ridículo. É mais ou menos imaginar Regina Cassé sem suas roupas coloridas, extravagantes, vestindo um tailler pretinho básico. Não combina!

Talvez a roqueira Pitty mais saiba refletir o que gostaria de dizer e que neste momento só ela me ocorre no que “o importante é ser você, mesmo que seja estranho seja você, mesmo que seja bizarro, bizarro, bizarro”.

E quando passar a eleição municipal? Tudo ficará “desmantelado” novamente e assim caminha a brasilidade, baianidade e jacobinidade. Na perspectiva do otimismo e dando sempre graças por tudo, correremos, empreenderemos esforços para promover o referido seminário o quanto antes, para que a Universidade não perca a oportunidade de refletir opiniões com pretensões abalizadas.{jcomments on}Ricardo Sampaio é advogado com Mestrado em Direito pela Unicap e Professor do Curso de Direito da Uneb-Jacobina

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