Escrevo esta semana inspirado pelo casamento do ano de meu irmão criativo MATEUSINHO.
Neste novo século em que namorar foi substituído pelo “ficar” o romantismo se tornou piegas e o amor não é mais eterno, nem mesmo “enquanto dure”. Ah o amor recebe uma nova roupagem, a descartabilidade ou, agora, é temporário. Não sou resistente as mudanças, como bom camaleão, estou sempre aberto ao novo.
Contudo, esse novo modelo comportamental não me inspira confiança, na realidade estou convencido de que ele não é fiel ao que, no fundo, todos nós sentimos: a vontade de ter alguém, de ter família, de conviver com quem amamos incondicionalmente.
Será que as floriculturas fecharão? Acabarão de vez as serenatas, as cartas e bilhetinhos de amor? Você me dirá que não precisamos de carta no mundo virtual, em que o e-mail é muito mais prático. Pessoalmente gosto da praticidade doméstica, para não perder tempo com coisas corriqueiras do dia a dia. Nada substitui aquela dorzinha no coração quando encontramos na mala de bagagem após uma viagem a dois, ou dentro de um livro, um bilhetinho com duas ou três linhas dizendo o quanto é bom “estar junto”.
A solidão é desestimulante em quase todos os aspectos, até para crescer profissionalmente. De que vale toda esta correria se não temos alguém para acarinhar, para mimar, compartilhar as experiências, desabafar e como diz uma grande amiga, surpreender? Claro, numa perspectiva de mão dupla.
É por isso que para mim O AMOR É UM LUXO. Tudo que já vivi, que contemplei nesta vida e mundo “de meu deus” sede total espaço para ele. O conceito de luxo é muito amplo. Na verdade, luxo é o que faz bem, o que dá prazer, em síntese, o que COMPLETA.
Eu gostaria de propor nestas linhas uma reflexão para que não percamos o sentido do amor, que é, acima de tudo e de todos, uma entrega e a via da alegria da vida. O AMOR É O MELHOR DOS LUXOS.
O mais impressionante é que muitas vezes estamos até preparados para amar MAS NÃO NOS PREPARAMOS É PARA SER AMADO. Frases como as do tipo “você está me assustando”, quando se deixa explicitado o que se sente numa relação, revela eloquentemente que estamos mais afeitos a sequidão da solidão do que as experiências profícuas do amar. Isso é o inverso do luxo, isso é pobreza mesmo, talvez a pior.
Finalmente imagine agora o que até então era um luxo para você. Pode ser um hotel cinco estrelas, uma Ferrari, um castelo medieval europeu, nada disso se compara ao maior e verdadeiro luxo.{jcomments on}
Ricardo Sampaio é advogado com Mestrado em Direito pela Unicap e Professor do Curso de Direito da Uneb-Jacobina