Ricardo Sampaio é professor do Curso de Direito da Uneb/Jacobina
Escrevo este artigo em homenagem as boas lições que recebo através de conversas com o amigo João Cleber.
Vivemos em uma época de culto ao físico e a jovialidade. Contudo, parece que a inveja entre as gerações está se tornando mais sutil; é que o AMOR, o SEXO e a SENSUALIDADE não são mais exclusivos dos jovens.
Nesta dicotomia entre jovens e velhos, percebe-se que os primeiros têm muita energia, vitalidade, porém pouca experiência e recursos financeiros. Os mais velhos além de terem experiência para “dar e vender”, detêm recursos angariados pelo trabalho ao longo da vida - falta-lhes energia. Aliás, corrigindo, faltava-lhes. Medicamentos, exames complexos e uma nova forma de pensar, estão estendendo a vida do homem, propiciando amor e prazer em idades cada vez mais avançadas. Trata-se de uma verdadeira revolução que está acabando com a ditadura da juventude.
Hoje, medicamentos trazem de volta a virilidade e profissionais, principalmente urologistas e psicanalistas ajudam, através das inúmeras terapias existentes no mercado, o retorno do desejo e do bom humor.
Fico animado em pensar que poderão ser extintos os idosos mal humorados que criticam a ânsia da juventude, mas que realmente o que sentem mesmo é inveja dos “bons tempos”. Na realidade, alguns são tão rígidos consigo mesmo que tudo para eles é “safadeza”. Aos que conseguem se abrir para este novo mundo, que até a mim espanta algumas vezes, passarão da estagnação a um estágio de NOVAS POSSIBILIDADES. Precisamos mudar nossa mentalidade e sermos menos rígidos, imagino que João diria isso!
Nesta mudança de modelos, precisamos rever o que significa ter 60, 70 ou até mesmo 80 anos de idade. Os remédios, as vitaminas os exames apurados estão estendendo nosso período de existência e o desejo não tem a ver só com o tempo, a idade e o corpo. Copiando o psicanalista carioca Paulo Sternick O DESEJO TEM A VER COM A ALMA, SUAS ÂNSIAS E FRUSTRAÇÕES, SUAS CARÊNCIAS ATEMPORAIS.
Após todo este discurso animador, olho para mim mesmo; vejo os fios de cabelos brancos chegando, as rugas insistentes, mesmo com o uso do Botox. A festa está sendo estendida, mas não receberemos um passe livre para a imortalidade. Não dá para esconder em absoluto ou negar o envelhecimento que cercam os que vão deixando a jovialidade. ME REFAÇO! Continuemos se animando, ainda bem que é possível estender o vigor e diminuir as amarguras, porque a juventude não tem mais o monopólio do amor e da felicidade.{jcomments on}
Ricardo Sampaio é advogado com Mestrado em Direito pela Unicap e Professor do Curso de Direito da Uneb-Jacobina