Trump recebe alerta da Coreia do Norte: nos atacar seria ‘horrível’ para os EUA

O chefe do Exército da Coreia do Norte disse que ficou decepcionado com a sugestão do presidente dos EUA, Donald Trump, de usar a força militar contra Pyongyang, e alertou que qualquer ataque teria uma resposta rápida, informou a mídia estatal nesta quarta-feira.

Pak Jong-chon, chefe do Estado Maior do Exército do Povo Coreano, declarou que o líder norte-coreano Kim Jong-un também ficou “descontente” com os comentários de Donald Trump em uma cúpula da OTAN na Reino Unido,segundo a agência norte-coreana KCNA.

Na terça-feira, Trump afirmou que ainda tinha confiança no líder norte-coreano, mas observou que Kim “gosta de enviar foguetes, não gosta?”. Trump acrescentou que Washington poderia usar a força. “Se for necessário, faremos”, sentenciou.

Pak ponderou que seria uma “coisa horrível” para os Estados Unidos se Washington lançasse um ataque e que a Coreia do Norte tomaria “ações correspondentes imediatas em qualquer nível”, disse a KCNA.

Presidente dos EUA Donald Trump e líder norte-coreano Kim Jong-un durante encontro na linha demilitarizada, 30 de junho de 2019
 
Presidente dos EUA Donald Trump e líder norte-coreano Kim Jong-un durante encontro na linha demilitarizada, 30 de junho de 2019

A fala do militar norte-coreano relembra a troca de farpas comum em um passado não muito distante. As tensões na península coreana atingiram um ponto alto em 2018, depois que Pyongyang testou com sucesso um míssil balístico com alcance suficiente para atingir a costa oeste dos EUA.

Na época, Trump ameaçava aniquilar a Coreia do Norte, mas depois mudou de rumo e negociou um acordo com Kim, que por sua vez descrevia o desejo de desnuclearizar a região em troca do levantamento de sanções.

A aproximação, porém, não levou a medidas concretas. A última rodada de negociações em outubro não resultou em nenhum progresso significativo. As cúpulas que colocaram Trump e Kim frente a frente também não trouxeram nada além de apertos de mãos e falas bem intencionadas, mas sem ações reais.

A irritação de Pyongyang com a situação foi manifestada pelo vice-ministro de Relações Exteriores, Ri Thae-song, que disse na terça-feira que cabia a Washigton decidir que tipo de presente receberia no Natal – indicando que uma retomada da escalada retórica é iminente.

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