Morre o publicitário baiano Duda Mendonça aos 77 anos

Reportagem: A Tarde. Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil

Morreu nesta segunda-feira, 16, aos 77 anos, Duda Mendonça, um dos mais conhecidos marqueteiros políticos do país. Vítima de um câncer no cérebro, ele estava internado há dois meses no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Casado com Aline Mendonça, ele deixa quatro filhos.

Responsável pela campanha vitoriosa de Lula em 2002 — quando criou o “Lulinha paz e amor” — Mendonça foi visitado há algumas semanas pelo ex-presidente. Os dois não se encontravam desde 2005, quando estourou o escândalo do mensalão no PT. Na época, o publicitário afirmou que foi pago no exterior por parte dos serviços de campanha prestados.

O marqueteiro foi responsável ainda pelas campanhas de Paulo Maluf à prefeitura de São Paulo em 1992 e de reeleição da ex-prefeita da capital paulista Marta Suplicy em 2004. Também atuou nas campanhas dos irmãos Ciro e de Cid Gomes no Ceará quando eles se candidataram em 2006 a, respectivamente, a deputado federal e a governador.

Nascido em Salvador em 10 de agosto de 1944, Duda Mendonça abriu a agência DM9 em 1975. Estreou no marketing político em 1985, ao trabalhar na campanha que elegeu Mário Kertez para prefeito de Salvador.

Em 2005, em depoimento à CPI dos Correios, Mendonça confessou ter recebido R$ 10,5 milhões pela campanha à eleição de Lula via caixa 2. Ele chegou a virar réu no processo do mensalão, mas foi absolvido em 2012 pelo Supremo Tribunal Federal. Os ministro concluíram que ele não teria como saber se era ilícita a origem de R$ 10,3 milhões que recebeu em 2002 na campanha de Lula ao Palácio do Planalto.

Anos mais tarde, em 2016, teve seu nome envolvido na Operação Lava Jato, sob suspeita de ter recebido R$ 10 milhões para o grupo político do presidente Michel Temer delatado por executivos da Odebrecht. Em 2017, seguindo o caminho de outros dois publicitários do PT, João Santana e Mônica Moura, o marqueteiro assinou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal.