Jacobina – 130 anos

Orquestra Afro Sinfônica de Salvador se
apresenta na Concha Acústica
Jornal Tribuna Regional chama apresentações culturais deste sábado, 31, de pobres e medíocres sem antes ver e assistir. Puro preconceito contra cultura local.

Ao longo desta semana a cidade viveu momentos de beleza e emoção assistindo às apresentações em comemoração aos seus 130 anos.
Começando com um ato cívico e sublime, o hasteamento da Bandeira Nacional, dia 28, e terminando com a magnífica apresentação da Orquestra Afro Sinfônica de Salvador, na noite deste sábado, 31, a cidade comemorou dignamente seu aniversário.
Uma programação cultural enaltecedora do talento genuinamente jacobinense, mostrou que o município fervilha de arte, cultura e atrações que encantam e seduzem.
Quem não se emocionou com a magnífica apresentação da Filarmônica 2 de Janeiro, neste sábado, 31? Quem não sentiu um friozinho na barriga ao assistir a apresentação do Grupo A Arte de Tocar e suas duas versões – uma clássica, erudita e a outra, despojada, solta, assim, meio à vanguarda?
E como poderia ser descrita a apresentação de 20 crianças, lindas, nos seus uniformes amarelos, entoando o hino à Jacobina. As crianças do Peti-Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, em uma curta apresentação fizeram bonito e arrancaram aplausos de uma platéia ávida por cultura de verdade.
Seria desnecessário tecer qualquer comentário à respeito das Baianas de Caatinga do Moura, das raízes e tradições resgatadas pelos negros do Quilombo Erê, com sua ginga, e o vozeirão de Badu.
Mesmo sendo desnecessário, peço licença para perguntar: Que furação foi aquele que se apresentou neste sábado? Era Samanda Lopes. Artista que luta por um lugar ao sol. Você ouviu? Viu? Quem gosta de cultura foi e viu.
Viu também as belíssimas obras de um artista plástico até então desconhecido, que foi incluído na programação. O artista Cláudio Santana pinta e muito bem. Fez bem feito. Foi aplaudido e muito; Suas obras foram vistas por milhares de pessoas, nos eventos da sexta-feira, 30, e sábado, 31.
Ai eu fico me perguntando: Será que ficou alguém que não se emocionou ao ouvir os acordes da centenária Filarmônica 2 de Janeiro?
Pois é! Foi mais ou menos assim a finalização das comemorações dos 130 anos da nossa amada cidade. Tudo feito com amor à arte, com a consulta aos artistas, com a simplicidade necessária e a contenção de gastos desnecessários.
Quando se pensa em gastar dinheiro público, não se pode pensar em ostentação, cachês milionários e atrações retumbantes se lá na frente se sabe, haverá dificuldades para pagar.
Mas, mesmo assim, com tudo isso que se viu, com toda a beleza que foi a apresentação da única atração de fora, a Orquestra Afro Sinfônica de Salvador, que diga, tem três músicos jacobinenses, o talento nativo superou todas as expectativas.
Mas como sempre, enfrentamos os do contra. Tem pessoas que acreditam que cultura é trio elétrico, artistas com cachês milionários e pagode nas ruas.
Foi como descreveu, no sábado, 31, a edição do Jornal Tribuna Regional, que afirmou com todas as letras que a apresentação dos talentos jacobinenses que se apresentaram, foram pobres.
Observe que o jornalismo do Tribuna Regional, sequer se deu ao trabalho de assistir às apresentações da noite de sábado, e com idéias um tanto pré-concebidas, taxou toda a programação de pobre e sem atrações.
Preconceito contra a cultura e o talento jacobinense? Pelo visto, o prestigioso jornal acredita que pagar cachês milionários e custear trios elétricos é melhor que investir nos artistas da nossa terra.
Lastimável, lamentável o que jacobinenses, pensam sobre jacobinenses. Qual seja, na linha de oposição ao governo municipal, não pensam duas vezes em simplesmente jogar na lixeira, nomes como os da centenária Filarmônica 2 de Janeiro, Quilombo Erê, Badu, um dos maiores expoentes da cultura negra regional, entre outros.
Lamentável. Ou melhor, lastimável que a imprensa escrita, em nosso município se volte dessa forma contra a própria cultura local e seus representantes.
A crítica, óbvio, é legítima e se construtiva, dignifica o cidadão. A crítica gratuita, o julgamento precipitado sobre atos ou fatos é o anti jornalismo. Um desserviço à sociedade. Como o Jornal Tribuna Regional pode observar, julgar e comentar, taxando de simplória e pobre uma programação que sequer assistiu?
A matéria foi fechada na sexta-feira, à tarde; O jornal é impresso na sexta-feira à noite e distribuído no sábado pela manhã.
Todos os principais eventos em comemoração aos 130 anos de aniversário da cidade foram apresentados no sábado à tarde e à noite.
Houve, portanto, preconceito, discriminação e desvalorização dos artistas que lá se apresentaram pelo simples e bel prazer de dizer que as apresentações foram ruins?
Como explicar se nenhum membro do jornal foi no futuro e voltou com a reportagem sobre o evento de sábado à noite. Se nenhum membro do Jornal Tribuna Regional esteve sentado, como centenas de pessoas, na concha acústica para assistir às apresentações?
Daí se pode deduzir como funciona a imprensa escrita em Jacobina. Nada contra trios elétricos, óbvio, de se contratar trios e a bela Ivete Sangalo ou outros astros. Mas no seu tempo certo. O município acabou de realizar uma das maiores Micaretas de todos os tempos, a um custo de R$ 1.2 mi. O 7 de Setembro está vindo aí e será igualmente memorável.
Outra gafe do prestigiado Jornal é o fato de cobrar a decretação de feriádo municipal e afirmar que o SAC-Serviço de Atendimento ao Cidadão fechou por conta do "feriádo" do dia 28. Ora, o SAC fechou por que quiz fechar. Cópias do Decreto que estabeleceu o ponto facultativo foi distribuido largamente aos órgãos públicos. E é sabido que o município não pode decretar feriádo municipal. O calendários de feriádos municipais está completo.
Desinformação: Ponto facultativo, o nome já diz. O Estado ou o Município decreta ponto facultativo quando julga incompatível o trabalho normal do seu quadro de funcionários com as atividades a serem desenvolvidas naquele dia. Ou seja: Simplesmente diz em um Decreto: Tal dia é dia normal, mas é facultado a você  servidor vir ou não trabalhar. Não obriga ao comércio, à industria, órgãos públicos de outras esferas e por aí vai.