Fábrica de torres eólicas dá início à operação em Jacobina

Quando estiver em pleno funcionamento, a fábrica vai gerar cerca de 850 empregos entre diretos e indiretos. “O maior potencial eólico do Brasil está na Bahia. E essa região é uma das mais promissoras, com um raio de 700 quilômetros de potência para gerar 30 mil megawatts (MW) a ser explorado. Como o custo logístico costuma ser muito alto, porque as peças são muito grandes, resolvemos vir para perto”, justificou o presidente da Alstom Brasil, Marcos Costa, referindo-se à escolha da cidade no interior e não em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, onde a empresa francesa conta com uma fábrica de nacelles (caixa do motor dos aerogeradores) desde 2011. Se depender do potencial baiano, que conta hoje com 165 usinas de energia eólica, sendo 33 já em operação, e dos esforços das duas companhias, em breve, a TEN será ampliada. “Temos uma previsão de aumentar em 40% a capacidade da fábrica. Apesar de não termos um contrato de exclusividade, a Alstom, enquanto fornecedora, já nos encomendou um total de 1,5 mil MW. Isso nos deixará tomados durante os próximos dois anos e meio”, adiantou o presidente global da Andrade Gutierrez, Flávio Barra. Segundo ele, a previsão é que, a partir de julho, a unidade fabril de Jacobina atinja a sua capacidade instalada, com a produção de 16 torres por mês.Presente na cerimônia de inauguração da TEN, o governador Rui Costa garantiu que o estado está concentrando todos os esforços para impulsionar ainda mais a indústria eólica na Bahia . “Temos um dos melhores ventos do Brasil. Não é à toa que a Bahia foi líder nos últimos leilões realizados”, disse ele. Sobre os entraves do setor, ele disse que quer ganhar o título de “campeão nacional de velocidade de licenciamento da energia eólica”. De acordo com o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, James Correia, também presente ao evento, uma licença para esse segmento dura em média 90 dias. “Com um volume crescente de projetos, se a gente conseguir manter esse prazo, já é muito bom”, afirmou. De acordo com ele, a maior dificuldade do setor eólico atualmente não é licenciar parques, mas sim a transmissão. “Os projetos interestaduais precisam ser licenciados pelo Ibama. Agora, por exemplo, ganhamos um projeto grande, de R$ 960 milhões, que vai ligar nossa região eólica até o Piauí, que vai precisar do Ibama. Mas já estamos discutindo para tentar interagir com o Ibama a fim de agilizar esses projetos”, declarou. (Correio)