O Fundo Monetário Internacional (FMI) voltou a reduzir as previsões de crescimento para o Brasil em relatório divulgado nesta última semana, e que traz uma atualização das projeções para a economia mundial. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer 0,3% em 2015, abaixo do 1,4% previsto em outubro, quando o FMI fez sua reunião anual em Washington. Para 2016, a estimativa foi reduzida de 2,2% para 1,5%. Com exceção dos países exportadores de petróleo, sobretudo Rússia e Nigéria, o Brasil foi o que teve maior corte nas projeções de crescimento em relação ao relatório de outubro. Em 2014, a projeção é que a economia brasileira cresceu apenas 0,1%, o menor nível entre os países emergentes que fazem parte do relatório. O documento não faz comentários específicos sobre o Brasil, mas, na semana passada, em Nova York, a diretora-gerente do Fundo, Christine Lagarde, afirmou que o País precisa investir em transporte e energia para evitar gargalos na infraestrutura. Desde 2012 o FMI vem cortando as previsões de crescimento da economia brasileira a cada novo relatório. Além dos problemas em infraestrutura, o Fundo vem citando a queda da confiança de empresários e consumidores no País, que desestimula o investimento e o consumo, além do impacto negativo da redução dos preços das commodities nas exportações brasileiras. "As notícias são boas para países importadores de petróleo e ruins para os exportadores. São boas para os importadores de commodities e ruins para os exportadores", afirmou o economista-chefe e diretor do FMI, Olivier Blanchard, que apresentou o relatório em um evento na China. "Os efeitos do declínio nos preços das commodities, que começou em 2011, sobre as perspectivas de crescimento da América Latina estão se tornando mais claros", disse. Em 2015, o PIB da região deve crescer 1,3%, ante 2,2% previstos.