"Não é possível. Tirei 960 na redação?" Foi o que a estudante Duda Aguiar, de Resende (RJ), se questionou ao saber da nota que tirou na edição 2014 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ela pediu que uma amiga checasse o resultado para ela e, sem acreditar, pediu à mãe, que imprimiu o boletim, que agora serve de prova do "notão". "Eu não fui muito preparada, mas achei que pudesse tirar nota alta porque sempre gostei de escrever. Sempre consegui tirar as palavras que vinham na minha cabeça", diz a estudante de 17 anos, que confessa não ser grande fã da leitura, apesar de adorar a escrita. "Tenho três cardernos que escrevo desde criança. Não sei bem se é poesia... São coisas que me agradam que vou escrevendo e colocando minhas ideias". Duda, que prefere o apelido ao nome (Eduarda), cursava o segundo ano do ensino médio quando fez o Enem. Segundo ela, pensou que a nota de sua redação giraria em torno de 600, que achava uma pontuação considerável, levando em conta que era a primeira vez que fazia o exame, não ia "usar a nota para nada" e não havia se preparado de forma especial. A estudante conta que teve uma boa surpresa quando viu o tema "Publicidade infantil em questão no Brasil", porque todos seus colegas apostavam que seria algo relacionado a ciclovias. "Fiz curso técnico de marketing básico, mas ajudou bastante. Aí, quando olhei [o tema], consegui juntar o que já conhecia, o que penso, à minha visão sobre o relacionamento entre pais e filhos, porque eu tenho um relacionamento muito bom com minha mãe, minha avó e meu pai".
