Novo antibiótico é descoberto 30 anos após última grande classe

Quase três décadas após o desenvolvimento da última classe de antibióticos, uma descoberta de cientistas americanos pode quebrar este período de seca. Apontado como “divisor de águas” e “muito promissor”, o estudo publicado na revista científica “Nature” apresenta um método que já levou à criação de 25 antibióticos em teste, sendo o último deles visto como o mais promissor. O auge da descoberta de antibióticos ocorreu entre 1950 e 1960. E desde 1987 não há novas fórmulas disponíveis. Nesse período, os micro-organismos se tornaram incrivelmente resistentes aos medicamentos. Apenas nos EUA, cerca de 23 mil pessoas morrem anualmente por conta das bactérias super-resistentes. No Brasil, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem um boletim que registrou quase dez mil casos de bactérias resistentes a remédios nas UTIs do país em 2012. Os pesquisadores da Universidade de Northeastern, em Boston, desvendaram o mistério na principal fonte de micro-organismos do planeta e fonte da maioria dos antibióticos: o solo. Embora ele esteja repleto de seres vivos, apenas 1% deles sobrevive em laboratório. Os cientistas, então, criaram um “hotel subterrâneo” para as bactérias, em que elas foram enterradas no solo, mas em estruturas especiais de laboratório. Com isso, substâncias químicas produzidas naturalmente pelos micróbios puderam ser testadas. "Até agora 25 compostos foram descobertos usando este método, e o último, o teixobactin, foi o mais promissor", afirmou à BBC o autor principal do estudo, Kim Lewis.

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