O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso durante o ato ecumênico no velório da esposa e ex-primeira dama, Marisa Letícia, que morreu vítima de um acidente vascular cerebral (AVC), aos 66 anos, em São Paulo. Durante a cerimônia, que contou com a presença de centenas de correligionários e militantes na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, o petista exaltou a trajetória de Marisa como esposa e como representante da classe. "Vocês não têm ideia da representatividade desse espaço. Aprendi a falar, perdi medo do microfone, aprendemos a lutar contra a ditadura, pensamos em criar o PT, fazer greve da categoria. E a partir daqui saiu muita inspiração para outros sindicatos. Aqui eu conheci a Marisa, casei com Marisa. Aqui tivemos nossos filhos e aqui ela sustentou a barra. Sou resultado das greves, mas também sou resultado de uma menina que parecia que era frágil, mas que me ajudou a fazer tudo", disse Lula. Em uma parte do discurso, Lula fez críticas aos ataques sofridos pela sua família durante a Operação Lava Jato e a investigação de um tríplex no condomínio Solaris, em Guarujá, que supostamente teria sido da família do petista. Segundo o ex-presidente, os últimos dias de Marisa foram de tristeza. "Marisa morreu triste por causa da canalhice e maldade que fizeram com ela. Quero viver muito para provar que os facínoras levantaram leviandade contra ela", afirmou. "Se alguém tem medo de ser preso no país, eu quero dizer que este que está enterrando sua mulher hoje não tem". Emocionado, fez as últimas homenagens diante do corpo da esposa. "Descanse em paz, que seu Lulinha paz e amor vai continuar brigando muito", concluiu.
