O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, afirmou que Estados e cidades atingidos pelo rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), em novembro do ano passado, têm o desejo de que a empresa volte a operar. De acordo com Coelho Filho, contudo, essa parte da sociedade também só aceitaria uma volta caso todos os reparos e investimentos em segurança da operação fossem realizados. Para o ministro, respeitando as normas ambientais e investindo para que outro rompimento não ocorra, o governo não "vê dificuldade para a empresa voltar às atividades". Ele acrescentou, contudo, que não há previsão para isso. Ele, no entanto, reforçou que o rompimento foi uma tragédia. Na ocasião, 19 pessoas morreram e uma onda de lama devastou vilarejos e deixou um rastro de destruição por todo rio Doce até o litoral do Espírito Santo. "O que aconteceu com a Samarco foi uma tragédia, lamentável, mas precisamos ouvir quem está próximo. Se você conversa com o governo de Minas, conversa com o estado do Espírito Santo, com as cidades ali do entorno, todas elas querem, evidentemente com mais segurança que, feitos os reparos, a Samarco possa voltar operar", disse. Ele afirmou que o desejo geral é que, a despeito da tragédia, a empresa, que é metade da Vale e metade da mineradora BHP Biliton, gera empregos e arrecadação. "Estamos falando de milhares de empregos, milhares em arrecadação em um momento extrema dificuldade. Então, tem que se respeitar as normas ambientais, as obras de contenção, os diques. Eu particularmente defendo que, respeitando as normas do meio ambiente e os compromissos assumidos pela empresa, eu não vejo nenhuma dificuldade, pelo contrário, posso até ajudar, para que a empresa retome as suas atividades. Porque isso não é só de interesse da empresa. É da população", disse. Coelho Filho, porém, não deu um prazo. "Eu não quero dar um timing. Há muitos compromissos que eles ainda precisam cumprir", disse o ministro, que participou, nesta quinta-feira (15), de uma reunião sobre o setor elétrico na sede da Firjan, centro do Rio.