Suco natural, suco industrializado e refrigerante: eles também hidratam?

Quando o objetivo é manter a hidratação infantil, a água pura é unanimidade entre os especialistas–seu consumo, portanto, deve ser incentivado à exaustão. Mas, nem sempre, a garotada a ingere de bom grado, nas quantidades adequadas, conforme reforçou uma revisão de dados da Universidade de Harvard (EUA), com 4 mil crianças e adolescentes de 6 a 19 anos. E ficar sem tomar líquido não é uma opção. Por isso, os pais acabam recorrendo a todos os tipos de bebidas para não deixarem os filhos desidratar. Mas será que eles podem ser vistos como substitutos? Qual é a medida ideal? Tem um limite? Para que eles entrem na dieta como aliados, sem prejudicar a nutrição, é preciso seguir algumas orientações, que se referem aos critérios de escolha e ao volume máximo diário por faixa etária. Nunca é demais lembrar que, nos seis primeiros meses, o bebê deve receber leite materno exclusivamente – até a água está dispensada. Depois disso, ela é sua principal aliada.

Suco natural: Até o bebê completar 1 ano, os sucos devem ser evitados, segundo o manual de orientação do Departamento de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Não se trata de uma proibição, mas de algumas restrições: “Se forem administrados, que sejam no copo, de preferência, após as refeições principais e não em substituição a elas, em dose máxima de 100 ml por dia, com a finalidade de melhorar a absorção do ferro”. Frutas como laranja e limão favorecem o aproveitamento do mineral. Essas precauções se devem ao fato de que os sucos concentram muita frutose, o açúcar natural das frutas, o que induz o organismo a produzir muita insulina, contribuindo para o surgimento de diabetes e obesidade no futuro.

Suco industrializado: Devido à grande concentração de açúcar, fuja dessa opção, especialmente antes dos 3 anos. Depois disso, raras exceções são aceitáveis – no máximo, duas vezes por semana e em quantidade pequena (cerca de 100 ml), que fique claro.

Refrigerante: Fuja dele ao máximo. Além de não apresentar benefício nutricional, é rico em açúcar (uma lata pode ter 35 gramas!), o que contribui para a obesidade e doenças como diabetes e osteoporose, no futuro. Infelizmente, essas bebidas ainda estão presentes na geladeira do brasileiro: 32,3% das crianças com menos de 2 anos tomam refrigerante ou suco artificial, segundo a Pesquisa Nacional em Saúde, feita em 64 mil domicílios em todo o país.

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