Conhecida como a "dama do tráfico amazonense" e nome de confiança do Comando Vermelho na região Norte do país, Luciane Barbosa Farias não apenas se reuniu com assessores do Ministério da Justiça de Flávio Dino, como revelado nesta segunda (13), mas também com outros integrantes e aliados do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A "cidadã" e "empresária" dona de um salão de beleza no estado - usado para lavar dinheiro do tráfico, segundo as investigações - também se encontrou com os deputados federais Guilherme Boulos (PSOL-SP) e André Janones (Avante-MG), em meados de maio e março deste ano, respectivamente. Ambos são muito próximos de Lula, sendo Boulos o candidato apoiado pelo PT à prefeitura de São Paulo em 2024.
Já Janones fez parte da tropa de choque do PT durante as eleições presidenciais de 2022 e, recentemente, admitiu que publicou fake news durante a campanha para "desestabilizar Bolsonaro".
Pelas redes sociais, Janones afirmou que atende a todas as pessoas que chegam para falar com ele e que, naquele dia, foram ao seu gabinete "diversas mulheres que se apresentaram como representantes de associações civis em defesa dos direitos humanos, bem como duas mães que tiveram os filhos vítimas de crimes e aguardam por Justiça". Já Boulos não se pronunciou sobre o encontro.
Tudo registrado nas nas redes sociais
Luciane fez questão de registrar nas redes sociais os encontros com Boulos, Janones e outros integrantes do governo. Na lista de fotos e declarações de apoio estão o secretário de assuntos legislativos do Ministério da Justiça, Elias Vaz; Erica Meireles, coordenadora da chefia de gabinete da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa de Direitos Humanos - órgão subordinado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, sob o comando do ministro Silvio Almeida - ; e a deputada federal Daiane Santos (PCdoB-RS).
Também há registros de Luciane circulando livremente pelos corredores do Congresso Nacional, pela ala dos gabinetes dos parlamentares e nas proximidades do plenário. A "dama do tráfico amazonense" conseguiu tecer relações com os políticos e integrantes do governo ao se apresentar como presidente da Associação Instituto Liberdade do Amazonas (ILA), uma organização não governamental criada em 2022 que, segundo as investigações, atua em prol dos detentos ligados ao Comando Vermelho.