Cauly foi ausência do Bahia por quatro jogos seguidos, por causa de uma lesão no joelho direito. Mas, quando retornou, nem parecia que tinha atravessado uma recuperação. Voltou em grande estilo, com duas assistências no triunfo por 6x4 sobre o Goiás, na Serrinha. Um feito que fez ele se tornar o líder em passes decisivos por jogo neste Brasileirão.

Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (11), o meia foi questionado sobre os segredos para voltar tão bem aos gramados. Ele falou sobre as dificuldades ao longo do tratamento, assim como das dores por conta do problema no joelho. Mas lembrou que lesão é algo que faz parte do esporte, e mencionou a importância de se preparar mentalmente em períodos como esse.

"Não tem muito segredo. Esse tempo foi chato, mas quero agradecer todos os fisioterapeutas que me ajudaram. Eu me preparei para voltar bem, mentalmente, visualizando os próximos jogos, me visualizando em campo. Tentei fazer o máximo em casa, me recuperar bem e focar para voltar em um nível bom ou até melhor", falou.

"Tiveram quatro jogos muito importantes que eu fiquei de fora. Foi muito chato ir para o estádio e assistir de fora. Senti um pouco a vida do torcedor, é realmente muito ruim e muito emocionante. Também de estar sentindo dor e querer voltar o mais rápido possível. Mas faz parte do processo. Lesão também faz parte do esporte, e a gente tem que se recuperar o melhor possível para voltar bem", completou.

A atuação de gala contra o Goiás se transformou em uma ótima parceria com Everaldo. Foram duas assistências para o atacante marcar em Goiânia e espantar a má fase no Brasileirão. Cauly ainda foi o responsável por criar a jogada que resultou no terceiro gol do centroavante, que fez no rebote após finalização de Ratão. O camisa 8 brincou com um possível pagamento de Everaldo, e sugeriu uma refeição como moeda de troca.

"Vou perguntar isso para ele, nem comentei. Talvez um jantar ou almoço... Brincadeira. Mas fico feliz pelo Everaldo, com certeza estava faltando para ele, nesse momento de turbulência. A gente vinha tentando trazer confiança para ele e acho que agora saiu ali a coisa ruim. Vamos trabalhar para eu dar mais assistências para ele e ele fazer mais gols".

Baiano de Porto Seguro, Cauly nunca havia atuado no futebol brasileiro. Ele foi revelado pelo Colônia, da Alemanha, onde estreou profissionalmente em 2014. Cinco anos depois, em 2019, foi contratado pelo Ludogorets. Ficou três temporadas no clube da Bulgária até chegar ao Bahia, neste ano.

Não demorou muito para se tornar a peça-chave do tricolor na temporada. Até aqui, são 36 jogos disputados (sendo 32 como titular), com oito gols e sete assistências.

"É um momento especial. Quero agradecer a todos pelas mensagens, carinho. Isso traz mais motivação, de querer continuar. Sei que não era conhecido, mas sempre fui muito dedicado e trabalhei para isso. Ter esse reconhecimento é muito especial, ainda mais aqui no Brasil, país onde nasci", comemorou.

"Tento ficar com os pés no chão, é meu natural. Trabalhar, tentar ajudar o grupo cada vez mais. Sei da responsabilidade de vestir essa camisa, todos sabem. Único caminho é trabalhar e se dedicar ao máximo para mostrar isso em campo".

A próxima missão de Cauly será apenas na semana que vem. Por causa da Data Fifa, o Bahia só voltará a jogar na quarta-feira, dia 18. A equipe enfrentará o Internacional, às 21h30, na Arena Fonte Nova, pela 27ª rodada da Série A. O meia comemorou o longo tempo que terá para aperfeiçoar ainda mais a parte física.

"Para mim, pessoalmente, muito importante. Não tive muitos treinos antes do jogo [com o Goiás], mas com esse tempo vou trabalhar ainda mais, parte física, força, tudo, para voltar ainda melhor", afirmou.

Foi um jogo diferente, com muitos gols. É o que o nosso treinador falou, quando acontecem muitos gols assim, a gente tem que repensar o lado defensivo. Mas eu acho que, para o torcedor, para quem assistiu, foi um jogo muito interessante de se ver. Não se vê todos os dias. E é muito importante também que a gente saiu com esse triunfo.

Acho que todo menino, quando começa a jogar futebol, sonha com isso. A realidade para mim é que, para talvez um dia alcançar esse sonho, esse objetivo, a equipe tem que estar bem, em um nível muito alto no Brasil. Mas com certeza isso é um objetivo, um sonho. É sempre bom sonhar grande. Depois, a gente pode ver se realiza ou não.

Isso a gente faz aqui, nos treinos. Agora, a gente tem mais um tempinho para o próximo jogo, vamos treinar bastante isso. É sempre importante a gente conseguir encontrar esse equilíbrio.

Quando eu aceitei a proposta do Bahia, vim com o sentimento especial, com objetivo grande, acreditando muito no projeto. Sempre sonhando grande, com títulos, muitos gols, assistências, boas atuações. Para mim, a gente tem que sempre manter pés no chão, mas sabendo que o futuro, se a gente se dedicar ao máximo, pode ser brilhante com esse projeto. Vamos trabalhar para isso.

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