Editorial: Caos na saúde de Jacobina

10/7/2012 2h36 - Somente neste ano de 2012, em Jacobina, dois médicos morreram em função da má qualidade da saúde pública.
Dr. Igor Caldas pegou dengue hemorrágica, o primeiro caso da Bahia neste ano, e acabou falecendo.
Já o médico Marcos Jacobina perdeu a vida dentro de uma ambulância na estrada rumo a Salvador na base do salve se puder.
Essas duas mortes de médicos servem apenas como ilustração, a grosso modo, do estado caótico em que se encontra a saúde pública em Jacobina, que possui dois hospitais em precárias condições, sem médicos de plantão em alguns finais de semana, sem atendimento de urgência e emergência à altura da demanda numa macrorregião com cerca de 500 mil habitantes, tendo a Cidade do Ouro como município-polo.
A saúde por aqui virou uma roleta-russa, pois o sistema foi privatizado para dar lucro ao marido da prefeita, um político com três ou quatro condenações na Justiça por acusação de improbidade administrativa e que se viu obrigado a colocar a esposa no lugar para continuar chafurdando na lama - e chafurdando mal - na saúde, na educação, num desgoverno que envergonha a todos nós.
Pior do que tudo isso é que a prefeita devolveu dinheiro para Brasília para não implantar por aqui o Samu 192, a UPA, o Lacen, a UTI Móvel, como se vivêssemos às mil maravilhas.
Lamentável também é o fisiologismo do governo do PT, que se calou de forma covarde diante dessas mazelas, afinal a prefeita está na base do inoperante governador Jaques Wagner.
A maioria dos vereadores da Câmara de Jacobina também se omite de forma covarde e traiçoeira contra os interesses da população - e espera-se que o eleitor lhe dê o troco nas urnas, que é para aprender a fiscalizar o sagrado dinheiro público que deveria estar indo para a saúde e não vai.
A prefeita ainda tem a coragem de falar que está transformando vidas.
Está transformando vidas em quê? Em mortes, claro, só pode ser.
Não é à-toa, portanto, que as empresas que vendem plano funerário estão vendendo como nunca, afinal cadáver é o que não falta em Jacobina.
Muitas mulheres gestantes vão fazer parto em Miguel Calmon porque o atendimento aqui é uma verdadeira piada.
Há casos em que até paciente com braço deslocado, em pequenos acidentes, são transferidos para Salvador porque naquele momento não há médicos suficientes para atender até aos casos mais corriqueiros.
Média e alta complexidades, então, nem pensar.
A prefeita é assistente social e esposa de médico, mas vem tratando a saúde pública com descaso, em que as mortes se transformaram em banalização, em atos de irresponsabilidade, como se a morte fosse uma premissa para se viver na Cidade do Ouro.
A assistente social e prefeita Valdice comete a atrocidade de deixar pessoas passarem a noite e a madrugada na fila da ficha do exame, em pleno centro da cidade, na calçada gelada do Cerest.
Em entrevista a uma emissora de rádio da cidade, a prefeita deixou bem claro o que pensa sobre a falta de médicos em Jacobina.
- Quem está reclamando, quem está insatisfeito, que contrate médicos.
E os médicos que ela demitiu assim que assumiu a Prefeitura? 
Qual foi a finalidade dessas demissões? Matar o povo à míngua?
Num governo em que não se sabe quem manda ao certo - se ela ou se o marido -, fica difícil acreditar que ela esteja de fato transformando vidas.
Se isso é transformação, então podemos acreditar em Saci-Pererê, Papai-Noel, Mula-Sem-Cabeça e na inocência de Carlinhos Cachoeira.
CORINO ALVARENGA

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