A posse de dois novos desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJBA) deu o que falar na última segunda-feira (20) por conta de uma presença peculiar na sessão plenária especial. O evento, que deu posse Ricardo Régis Dourado e Nivaldo dos Santos Aquino para o colegiado de magistrados baianos, teve ainda a delegada Gabriela Macedo circulando entre os convidados.
Fontes ligadas ao BNews apontaram a visita dela ao plenário causou estranheza, já que ela é alvo da Operação Faroeste, que investiga uma organização criminosa que atuava com grilagem de terras no Oeste baiano. Então chefe de gabinete da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) e braço direito do ex-secretário Maurício Barbosa, Macedo é esposa do novo desembargador Ricardo Régis Dourado.
De acordo com decisão o Superior Tribunal de Justiça (STJ), através de decisão do ministro Og Fernandes, houve a suspeita da delegada vazar informações sigilosas antes de operações policiais que tinham como alvos outros investigados da Faroeste, entre eles o empresário Adailton Maturino, apontado como membro da organização criminosa.
Além da antecipação das operações, Macedo foi
apontada pelo Ministério Público Federal (MPF) como a responsável pelo
transporte de joias de Carlos Rodeiro, empresário do ramo de joalherias
que também já foi alvo de uma das fases da investigação. O BNews também obteve imagens de Gabriela em conversas com o secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Felipe Freitas. Veja:


Em seu discurso de posse, Dourado fez questão de agradecer à esposa, a quem classificou como um "pilar" em sua jornada. "Gabriela Macedo, essa delegada, que presta as suas funções com muita dignidade, que trabalha de forma incansável. Ela honra muito a Polícia Civil da Bahia", declarou, sob aplausos.
Em novembro de 2022, Gabriela Macedo obteve decisão favorável do STJ e retornou às atividades como delegada lotada no Departamento de Crimes Contra o Patrimônio. O ministro Og Fernandes, relator da operação no tribunal, suspendeu a proibição dela de utilizar as dependências do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, Ministério Público do Estado da Bahia, Conselho Nacional do Ministério Público, Polícia Civil do Estado da Bahia, Polícia Federal e Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia. No entanto, Og manteve Gabriela proibida de manter contato com os demais investigados, "sob pena de aplicação de nova medida de natureza penal".