Domingo de Ramos: entenda o significado da data que marca o início da Semana Santa

O Domingo de Ramos marca o primeiro dia da Semana Santa. Pela igreja católica, celebra-se a entrada de Jesus a Jerusalém, montado em um animal. Além de relembrar que Jesus é o filho de Deus, a data também reconhece através dos ramos de palmeiras a peregrinação de cada cristão na terra ao caminho da vida com Deus.

Mas, a data, por mais que revele a humildade de Jesus, também nos ensina que seguir a Cristo é renunciar de nós mesmos, já que os fiéis também vivenciam a quaresma, tempo de preparação para a Páscoa.

Pensando nesta passagem de Jesus a Jerusalém, o Acorda Cidade conversou com o Frei Liomar Pereira, pároco da Paróquia Santo Antônio dos Frades Capuchinhos de Feira de Santana, que destacou o conceito do Domingo de Ramos e da importância da renúncia espiritual e individual.

“O Domingo de Ramos é o início da Semana Santa, e a Semana Maior que por si só é uma espiritualidade que nos convida a uma reflexão, a uma interiorização para pararmos um pouco de olharmos o externo, o entorno de nós e olharmos para dentro de nós, para o nosso interior, olharmos para aquilo que nos constitui como essência já que somos filhos e filhas de Deus. Portanto, todos nós somos irmãos e irmãs, então não se pode associar apenas o Domingo de Ramos, é uma espiritualidade do entorno dessa semana que se inicia com este evento, com este acontecimento na vida de Cristo que nos toca diretamente enquanto filhos e filhas dessa igreja que é Mãe Mestra, a Igreja Católica”, disse.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

O simbolismo de Jesus sendo levado por um jumento se reflete à humildade, que mesmo estando em um animal considerado simples, era aclamado por uma multidão que o seguia. Para o Frei Liomar Pereira, esta também é uma prova de que Cristo ensinava sobre igualdade, fraternidade e amor ao próximo.

“Primeiro significado é romper com uma cultura da violência, romper com uma cultura que mostrava e que idealizava que rei tinha que ter um cavalo com seus soldados que o protegiam, que matava pela força da espada. Nosso Senhor é este rei, o rei da nossa vida, o rei do universo e que vem nos trazer a lição de que a vitória deve ser a vitória do amor. Por isso, é que ele entra com o jumentinho em Jerusalém pra dizer, ‘olha, o meu reinado não é deste mundo, meu reinado não se adequa ou não é perfeitamente visível aos olhos meramente humanos que imaginam um rei e um cavalo todo bem armado, com armaduras protetoras e um exército que brigue e que luta’. A luta de Jesus é a luta do amor é trazer a fraternidade é trazer a igualdade, é dizer que todos nós somos pertencentes ao mesmo DNA, não apenas DNA geneticamente ou biologicamente falando, mas é o DNA de Deus, todos somos o povo de Deus e o reino de Cristo é o reino do amor e da paz”.

Ensinamentos

Além do chamado a se espelhar em Cristo, o Frei destaca que no cotidiano, é dever dos cristãos refletir sobre a simplicidade e sermos propagadores do amor, como o exemplo de Jesus em sua morte e ressurreição.

“Podemos aplicar os ensinamentos do Domingo de Ramos em nossa vida cotidiana aprendendo ou se espelhando por Cristo. Primeiro, a mortificarmos. A permitir que esse Deus, na pessoa de Jesus Cristo entre em nossa vida como de fato ele é. Deus feito homem servo, sofredor. Muitas vezes buscamos um Deus glorioso, um Deus popstar, um Deus que satisfaça as minhas necessidades, os meus caprichos e os meus desejos. Nosso Senhor não é desse jeito. Esse não é o Cristo pregado no Evangelho, este não é o Cristo pregado pela Igreja Católica, este não é o Cristo filho de Deus, porque o Cristo filho de Deus é essa essência da humildade que nos ensina a sermos humildes, a sermos amorosos, a sermos propagadores do amor, construtores de uma sociedade mais justa e fraterna por causa d’Ele. Então Cristo é a razão, a essência da nossa existência, do nosso agir e do nosso ser. Nosso Senhor de fato é o Messias, o prometido, o esperado. Contudo, a ideia que se tinha no tempo de Jesus era de um Messias que viria na glória, mas nosso Senhor não vem nessa glória, Ele nos apresenta a glória. Mas a sua glória, a sua ressurreição, a sua paixão, morte e ressurreição que é o sentido de toda essa preparação da quaresma e que a gente vivencia com intensidade na Semana Santa”, frisou.

Mensagem

Através dos ramos que são levantados durante a procissão do Domingo que antecede à Páscoa, de acordo com o Frei Liomar, este símbolo também relembra o batismo e a caminhada para a salvação, que acontece somente por meio de Cristo.

Ainda segundo o pároco, a porta de entrada de Jesus à Jerusalém, através do Domingo de Ramos é o início da passagem daquele que foi pregado na cruz por amor ao seu povo.

“O Domingo de Ramos é a celebração da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, então ela é a porta de entrada, a celebração porta de entrada que nos dá acesso a vivermos esse tríduo pascal que é a celebração da paixão, morte e ressurreição de Cristo, e ver Cristo pendente da cruz, todas as vezes que nós contemplamos a Cruz de Cristo, precisamos então ativar essa nossa memória espiritual e dizer aquele homem pregado na cruz é vítima de amor por mim, nosso Senhor morreu pela humanidade, nosso Senhor então nos convida também com ele, a experimentarmos a paixão e morte, se nós queremos então a glória da ressurreição. Não existe ressurreição sem morte, assim como não existe ressurreição sem Cristo. Quando nós celebramos o Domingo de Ramos, nós estamos vivenciando essa entrada de Cristo triunfal desse Cristo que nos ensina que o Seu Reino não é deste mundo, porque o Reino deste mundo é da competição, é de ver o outro como como inimigo, à competição, à busca desenfreada pelo poder e o outro então muitas muitas vezes, é sempre tratado ou olhado com uma certa diferença. Nosso Senhor nos convida ao celebrarmos o Domingo de Ramos a compreendermos que é preciso sermos humildes, a tomarmos ciência e consciência de que nós somos todos filhos de Deus, então o que deve prevalecer neste mundo que o Senhor nos ensina como lição é o respeito, é o amor é a fraternidade”, disse.

“Os ramos são para louvar, levantando, louvando e reconhecendo o Senhor e o poder, a força, a majestade de Cristo Rei do Universo, como nosso único e salvador. Esses ramos então, eles são guardados para o próximo ano, pra que na quarta-feira de cinzas eles sejam queimados e a gente possa então fazer, realizar a celebração colocando a cinza na testa dos fiéis lembrando ‘convertei-vos porque o reino de Deus está próximo” já tem a programação? Convertei-vos, Igreja no Evangelho a nossa programação’. Nós temos a missa de procissão dos Ramos e a missa de Domingo de Ramos. Temos às 6h30, 8h30, 11h e às 17h aqui na Igreja dos Capuchinhos”, concluiu.

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