Mortes em ações policiais chegam a 31 em 1 semana e batem recorde

O registro de mortos pela Polícia Militar (PM) durante ações da corporação na Bahia chegou a 31 no período de uma semana nesta sexta-feira (4), de acordo com dados do Instituto Fogo Cruzado até quinta-feira (3) e levantamento da reportagem em matérias publicadas no CORREIO.

Além das 19 mortes em ações policiais em Salvador, Camaçari e Itatim, que estão sendo investigadas pelo Ministério Público (MP), foram contabilizados ainda um caso no bairro do Arenoso, outro em Castelo Branco , mais cinco no IAPI e cinco no bairro de Águas Claras. Com 64 registros ao todo, em julho, a PM bate o recorde de mortes em ações policiais desde que o Fogo Cruzado monitora a violência armada em Salvador e Região Metropolitana, em julho de 2022.

O segundo mês com mais mortes do tipo levantadas pelo instituto foi o de agosto do ano passado, quando 43 suspeitos morreram “em confronto”.

O caso do Arenoso ocorreu na última quarta-feira (2), mas só veio a público nesta sexta (4). Na ação, um homem morreu em confronto com militares da 23ª Companhia que realizavam o patrulhamento de rotina. Segundo a PM, os policiais avistaram um grupo criminoso armado na Rua Direta do Arenoso e, por isso, houve troca de tiros.

Durante o confronto, os suspeitos fugiram, mas um deles foi encontrado baleado pelos policiais e levado para o Hospital Geral Roberto Santos, onde não resistiu aos ferimentos. Com o homem, que não foi identificado, os agentes informaram ter apreendido um revólver 38, cinco cartuchos do mesmo calibre, sendo dois deflagrados, pinos de cocaína e tubos com crack.

Outro caso aconteceu em Castelo Branco, durante uma ação de confronto entre a PM e criminosos. Segundo a PM, equipes da 47ª CIPM receberam a solicitação de uma equipe da 31ª CIPM para contribuir na localização de uma motocicleta roubada no bairro. A moto teria sido avistada pela região do Pela Porco, área da 47ª CIPM.

Policiais foram até a Rua Josaphat Marinho averiguar o caso, mas se depararam com cerca de 15 homens armados que atiraram contra as guarnições, segundo a PM . Após os disparos, o bando se dispersou em diferentes direções e os policiais avançaram, encontrando um homem ferido. Ele foi socorrido para o Hospital Eládio Lasserre, mas não resistiu.

As cinco mortes no IAPI aconteceram nesta sexta-feira. Neste caso, houve uma interceptação, de acordo com a PM. Um grupo da localidade do Milho se deslocava para atacar uma facção rival na Rua Peixe, no bairro da Liberdade, mas se deparou com agentes da 37° CIPM. Houve um confronto que acabou com cinco suspeitos mortos e um policial ferido.

Quatro dos criminosos faleceram de imediato e o quinto morreu após passar por cirurgia no Hospital Geral Ernesto Simões Filho. Este último, inclusive, seria ‘líder de bonde’ na região, como é chamado quem fica responsável por comandar ataques ordenados pelo líder do tráfico no Milho em outros bairros.

Outros cinco suspeitos de tráfico foram mortos em ação policial também nesta sexta, no bairro de Águas Claras. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, a PM foi recebida a tiros ao atender uma ocorrência na localidade do Condor. No tiroteio, os cinco suspeitos ficaram feridos e, socorridos, não resistiram. Duas submetralhadoras e três pistolas foram apreendidas.

Dados da 17ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho, mostraram que a Bahia é o estado do país com mais mortes causadas por policiais – entre civis e militares. O estado teve 1.464 casos do tipo. Somado ao Rio de Janeiro, que registrou 1.330 casos, são 43% das mortes causadas por policiais em todo Brasil no ano passado. Essa foi a primeira vez que a Bahia assumiu a frente nessa lista, passsando o Rio de Janeiro. Em terceiro lugar aparece o Pará, com 621 mortes.

Fonte: Correio

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