Um morador da zona rural de Dueré, em Tocantins, passou dias procurando seu cachorro, até que finalmente o encontrou, mas não nas circunstâncias que desejara: ele estava na boca de uma sucuri. Mas o que chamou a atenção do homem é que a predadora também estava morta – engasgada, com o cão engolido pela metade.
Ao g1, Bento Gonçalves, de 75 anos, contou que o fato o surpreendeu, pois ele nunca tinha visto algo do tipo. “Achei que estava viva ainda. Corri e falei: mulher a sucuri está ali com o cachorro na boca. Ainda cortei um pedaço de madeira, mas aí ela não se mexia. Depois percebi que estava morta. Engoliu o cachorro até passar da costela e não conseguiu voltar. Morreu engasgada”, disse.
Os sucuris costumam se alimentar de animais como jacarés, capivaras, porcos-do-mato e antas jovens. “Por serem oportunistas e caçarem por espreita, as sucuris, de maneira geral, não se alimentam muito frequentemente. Dependendo do caso, uma sucuri adulta consegue passar o ano se alimentando pouco, em média três ou quatro grandes refeições. Isso porque, além de serem capazes de ingerir presas grandes, as taxas metabólicas desses animais são baixas. Ou seja, elas são ótimas em economizar energia”, diz Daniel Stuginski, técnico do Laboratório de Herpetologia do Instituto Butantan.
No entanto, o ataque às pressas e a digestão causam gasto energético elevado e estresse, que eventualmente podem levar essas serpentes à morte.
Outro ponto que pode explicar o fato das sucuris morrerem engasgadas é que alguns animais presos podem perfurar as vísceras da serpente, com as unhas, cascos ou chifres.
Fonte: g1/TO