Morreu nesta sexta-feira, 24, aos 87 anos, o jornalista Sérgio Noronha, ex-comentarista que trabalhou durante muitos anos na TV Globo e na Rádio Globo. Ele sofria do Mal de Alzheimer e estava internado há 10 dias no Hospital Rio Laranjeiras, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio de Janeiro, onde sofreu uma parada cardíaca.
A informação foi confirmada pelo Retiro dos Artistas e pelo amigo Arnaldo Cezar Coelho, companheiro de trabalho de longa data do comentarista e que o ajudava a se manter na instituição que abriga artistas idosos em dificuldade financeira. Ele não tinha parentes próximos no Rio.
Torcedor do Vasco, Noronha teve uma pneumonia no Retiro dos Artistas e ficou internado sete dias no CTI do hospital. Na última quinta-feira, ele foi transferido para o quarto, mas passou mal e teve uma parada cardíaca. Ainda não há informações sobre velório e enterro.
Ex-comentarista de arbitragem da TV Globo, Arnaldo Cezar Coelho se emocionou ao lembrar do amigo:
“Perdi um amigo (chora). Conheci Seu Nonô quando ele jogava futebol na Urca na década de 60. Ele era o cara que sentava no paredão e ficava me pressionando quando era juiz. Ali conheci ele. Depois ele foi para o Jornal do Brasil, Rádio Globo… A vida toda foi meu companheiro, um parceiro de vida toda de frequentar a minha casa”.
José Carlos Araújo, que também trabalhou com Noronha, lamentou o falecimento e elogiou o amigo:
“Um do maiores talentos que conheci no jornalismo esportivo. O melhor texto que já vi. Um profissional completo. Era um homem multimídia numa época que era difícil ser. O último emprego dele fui eu que consegui, na TV Bandeirantes. Era aparentemente mal-humorado, mas era uma pessoa da melhor qualidade. Baita de um talento. Sinto muito a falta dele. Queria muito enaltecer a atitude do Arnaldo Cezar Coelho, que o ajudou muito nesses últimos anos”.
Um dos grandes jornalistas da sua geração, Sérgio Noronha deixou sua marca no jornal, no rádio e na TV. Carioca, ele nasceu no dia 28 de dezembro de 1932. Estudou Letras na Faculdade Lafayete quando, aos 22 anos, começou a trabalhar na revista O Cruzeiro. Em 1959, virou repórter do Jornal do Brasil e passou ainda pelos jornais Diário Carioca, Correio da Manhã e Última Hora, além das revistas Senhor e TV Guia.
Chegou à TV Globo em 1975 e comentou as Copas do Mundo de 1978, 1982 e 2002. Passou também pela TV Educativa, Rádio Globo e Rádio Tupi. Em 1998, entrou para o SporTV e voltou à TV Globo no ano seguinte. Em 2009 foi para a TV Bandeirantes, retornou para a Rádio Globo em 2010 e participou de transmissões pelo Canal Premiere. Além de repórter e comentarista, foi também redator, secretário de redação, editor de esportes e colunista.
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