No final do mês de janeiro, moradores de Bint Jbeil, um vilarejo ao sul do Líbano, notaram em suas colinas uma ave de rapina de ar suspeito. O animal, com uma envergadura de cerca de 2 metros, levava etiquetas numeradas em suas asas e uma pequena antena atravessando sua plumagem. Sem hesitar, os libaneses pegaram o suspeito e o submeterem a uma revista. Eles descobriram um pequeno aparelho eletrônico, preso perto de sua cauda e, mais intrigante ainda, um anel em uma de suas patas, no qual se lia a inscrição "Tel Aviv Univ Israel".
Seria um pássaro-espião a mando da "entidade sionista"? Durante alguns dias, foi o que muitos pensaram. No sul do Líbano, uma região que apoia a milícia pró-iraniana do Hezbollah, situada muito próxima do inimigo israelense, não se brinca com a segurança. Então pelo menos enquanto era feita a investigação, o animal ficou contido. Mas logo a notícia de sua captura chegou até a reserva natural de Gamla, no planalto do Golã, um território sírio ocupado por Israel desde 1967, alguns quilômetros mais ao sul.
Uma cena de pastelão
Ao verem as fotos publicadas por um site libanês, onde aparecia a ave com o bico e as garras amarradas, os seguranças se assustaram: aquele era um animal deles, um grifo ou abutre-fouveiro, uma espécie ameaçada de extinção no Oriente Médio e alvo de um programa de reintrodução, pilotado pela Universidade de Tel-Aviv.
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