Quando a lama de rejeitos de minério da Samarco chegou ao mar do Espírito Santo após viajar pelo Rio Doce destruindo boa parte da vida que encontrava pela frente, no fim de novembro, um dos temores era de que ela atingiria as tartarugas marinhas que ali estavam em pleno processo de desova. A expectativa era de que as fêmeas pudessem mudar seu comportamento ou, pior, que pudessem encalhar com a lama e até mesmo morrer. Análise feita pela Fundação Pró-Tamar, com apoio da Fundação Boticário, concluiu que nada disso ocorreu. Mas o que por um lado pode ser uma boa notícia, por outro pode também trazer um risco para as espécies, afinal elas continuaram seguindo em direção ao local por onde a lama estava se espalhando. Os primeiros filhotes começaram a nascer em janeiro, e a eclosão dos ovos está em seu auge. Foi solicitado à Samarco a coleta de sangue das fêmeas, de ovos e de animais natimortos, o que está acontecendo desde o fim do ano passado e ainda continua, para análise de contaminantes. Os ninhos das tartarugas marinhas são feitos ao longo de 39 quilômetros de praias ao norte e 37 ao sul da foz do Rio Doce.
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