A resolução do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para reduzir o número de partos cirúrgicos é uma campanha negativa e uma "invasão" à obstetrícia. A avaliação é do diretor técnico do Hospital e Maternidade Leonor Mendes de Barros, Coríntio Mariani Neto. "A categoria (dos obstetras) vem sendo atacada. Antes, vimos a campanha contra a episiotomia (corte cirúrgico feito no processo do parto normal). Agora, assistimos a essa decisão sobre o parto normal e cesárea", afirmou o obstetra, que também é secretário-geral da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp). A resolução do Ministério e da ANS, anunciada esta semana, estabelece regras para que as seguradoras registrem e informem, a quem solicitar, o número porcentual de partos cirúrgicos (cesarianas) e normais por médico credenciado e estabelecimento de saúde. As informações deverão estar disponíveis no prazo máximo de 15 dias, contados a partir da data de solicitação. Em caso de descumprimento, será aplicada multa no valor de R$ 25 mil. Mariani Neto afirma que a paciente tem o direito de ter acesso a essa informação, mas deveria apurá-la junto ao seu obstetra. "Não deveria ser tratado publicamente. É uma invasão", afirma o obstetra. Segundo ele, toda a discussão está sendo feita de forma inadequada, a Sogesp não foi consultada e outros problemas envolvendo o tema não estão merecendo a reflexão necessária.