PF, MPF, RFB e CGU deflagram operação para desarticular organização responsável por desvios milionários; vereador de Campo Formoso jogou sacola de dinheiro pela janela

A Polícia Federal, o Ministério Público Federal, a Receita Federal do Brasil e a Controladoria-Geral da União deflagraram, nesta terça-feira (10), a Operação Overclean, com o objetivo desarticular organização criminosa suspeita de atuar em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.

Estão sendo cumpridos 17 mandados de prisão preventiva, 43 mandados de busca e apreensão, além de ordens de sequestro de bens, nos estados da Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás.

As investigações, que contaram com cooperação policial internacional por intermédio da Agência Americana de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI), apontam que a organização criminosa teria direcionado recursos públicos de emendas parlamentares e convênios, por meio de superfaturamento em obras e desvio de recursos, para empresas e indivíduos ligados a administrações municipais.

O esquema ilícito teria atingido diretamente o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), principalmente na Coordenadoria Estadual da Bahia (CEST- BA), além de outros órgãos públicos.

Divulgação PF

Durante o período investigado, a organização criminosa é suspeita de ter movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão, incluindo R$ 825 milhões em contratos firmados com órgãos públicos apenas em 2024.

Foi determinado o sequestro de R$ 162.379.373,30, referentes ao valor obtido pela organização criminosa por meio dos crimes investigados, aeronaves, imóveis de alto padrão, barcos e veículos de luxo. Também foi ordenado o afastamento de oito servidores públicos de suas funções.

Os crimes apurados incluem corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos e lavagem de dinheiro. Essas informações são da PF.

Vereador arremessou sacola de dinheiro pela janela

O vereador eleito pelo município de Campo Formoso, localizado no território Piemonte Norte do Itapicuru, Francisco Manoel do Nascimento Neto, conhecido como Francisquinho Nascimento (União Brasil), protagonizou um momento inusitado, ao ser alvo de mandado de prisão preventiva nesta operação deflagrada pela Polícia Federal (PF). Antes de ser preso, ele jogou uma sacola de dinheiro pela janela de um apartamento.

Divulgação PF

Faniquinho Nascimento foi eleito ao cargo de vereador nas eleições deste ano, com 2.250 votos, o quarto mais votado do município. Antes de ser eleito, ele atuou como secretário-executivo da Prefeitura de Campo Formoso, comandada por Elmo Nascimento, irmão do deputado federal Elimar Nascimento (União Brasil), de quem Francisquinho também é primo.

Além de Francisco Nascimento, eleito vereador para o mandato 2025-2028 em Campo Formoso, foram presos: José Marcos Moura, empresário conhecido como “Rei do Lixo”. Policiais federais fizeram buscas na empresa dele, chamada MM Limpeza Urbana; Lucas Maciel Lobão Vieira, ex-coordenador estadual do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) na Bahia; Flávio Henrique de Lacerda Pimenta, servidor da Secretaria de Educação da capital baiana (Smed) e os irmãos e empresários Alex Rezende Parente e Fábio Rezende Parente.

Os policiais federais apreenderam dinheiro em espécie na casa em que Flávio Henrique foi preso, em Salvador. Não há informações sobre o valor.

 

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