A defesa da vítima que acusou Daniel Alves de agressão sexual pediu à Justiça da Espanha a condenação por 12 anos de prisão ao ex-jogador do Barcelona e da seleção brasileira. É a pena máxima prevista para esse tipo de crime no país. O brasileiro, de 40 anos, está preso desde o dia 20 de janeiro.
As informações foram veiculadas por diferentes veículos espanhóis. Na semana passada, a advogada da vítima, Ester García, recusou o acordo proposto pela defesa de Daniel Alves e reiterou que “qualquer delito contra a liberdade sexual torna os danos morais e as sequelas irreparáveis”.
A defesa da vítima também pediu uma medida protetiva impedindo que Daniel Alves se aproxime da moça por menos de um quilômetro durante 10 anos após o jogador cumprir sua pena. O documento entregue à Justiça inclui ainda a requisição de que o brasileiro tenha a liberdade vigiada depois que saia da prisão.
Após o fim das investigações, as partes do caso foram convocadas a um “julgamento oral”, uma etapa anterior ao julgamento. O Ministério Público pediu a prisão de nove anos de Alves. A defesa do lateral requereu a liberdade, que foi negada pela quarta vez desde sua prisão. Nesta terça, foi a vez da defesa da vítima mostrar sua argumentação e pedir uma pena de 12 anos.
Diante da falta de um acordo, a Justiça da Espanha deve agendar o julgamento em breve. Casos que envolvem crimes sexuais não preveem júri popular no país.
Entenda a acusação
Nos primeiros dias após a prisão do jogador, os principais jornais da Espanha – como El País e El Mundo, de Madri, e El Periódico de Barcelona – publicaram trechos do depoimento prestado à Justiça pela mulher que acusa Daniel Alves de estupro. O jogador está em prisão preventiva sem direito a fiança. Ele nega ter cometido o crime do qual é acusado.
De acordo com os relatos publicados pela imprensa espanhola, a vítima contou no depoimento que no dia 30 de dezembro de 2022 estava na boate Sutton, em Barcelona, quando o grupo do qual fazia parte recebeu um convite para entrar numa área VIP. Um garçom as levou até uma mesa onde estava Daniel Alves, a quem a vítima inicialmente não reconheceu. Um grupo de mexicanos, amigos do jogador, o apresentou à denunciante.
Segundo os jornais, a vítima relatou à Justiça que ela e Daniel Alves dançaram juntos até que o jogador “levou várias vezes a mão dela até seu pênis, que ela retirou assustada”. Por volta das 4h30 da madrugada, ele pediu a ela para segui-lo até uma porta. Assim que entraram, ela se deu conta que estava num banheiro. Ali teria ocorrido o crime.
Sempre de acordo com o depoimento da denunciante, ela teria tentado sair do banheiro, mas foi impedida. Daniel Alves a teria penetrado de maneira violenta até ejacular. Ele teria sido o primeiro a deixar o banheiro. Quando ela saiu, contou o que aconteceu a uma amiga.
Quando a segurança do local foi informada, o lateral já tinha deixado a boate. A vítima foi imediatamente fazer exames num hospital. Dois dias depois, ela fez a denúncia à polícia. O DNA de Daniel Alves foi encontrado nos testes feitos pela moça. Desde o início, a juíza do caso afirma que “há provas suficientes” para a condenação do jogador.
GE