Polícia apura se médicos foram executados por engano; baiano teria sido confundido com filho de miliciano do RJ

A principal linha de investigação do ataque a tiros na orla da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, é que os quatro médicos foram baleados por engano – três morreram e um está hospitalizado.

A informação foi obtida pela TV Globo com fontes nas polícias. Uma hipótese é a de que traficantes tinham como alvo um miliciano da região de Jacarepaguá que se parece com uma das vítimas, o médico baiano Perseu Ribeiro Almeida. É Perseu que aparece com a camisa do Bahia na última foto tirada pelo grupo de colegas.

Segundo essa linha de investigação, o alvo seria Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, que é filho de Dalmir Pereira Barbosa, apontado como um dos principais chefes de uma milícia que atua na Zona Oeste. Taillon chegou a ser preso em uma operação, no fim de 2020.

Conforme apuração da TV Globo, Taillon mora perto do quiosque onde ocorreu o crime, e a polícia investiga se uma pessoa viu o grupo sentado e informou aos assassinos. Na imagem da câmera de segurança, é possível ver um dos atiradores voltando para conferir o Perseu, já baleado.

Os investigadores também acreditam que o crime não teve um planejamento prévio, e que os criminosos receberam uma informação dando a localização da suposta vítima, e decidiram partir para a empreitada na mesma hora.

Isso explicaria, segundo fontes ouvidas pela TV Globo, um dos assassinos estar vestindo bermuda, traje incomum em casos de execuções feitas com planejamento. Os outros criminosos estavam com camisas e calças escuras, mas não cobriram os rostos.

O Departamento de Homicídios da Polícia Civil mobilizou equipes para a investigação. Um dos objetivos é refazer o trajeto do veículo usado no crime.

A Polícia Civil do RJ acredita que houve uma execução, já que nada foi levado, e os criminosos chegaram atirando. Testemunhas contaram ainda que os bandidos nada falaram.

MÉDICO BAIANO

O médico Perseu Ribeiro Almeida, de 33 anos, se preparava para assumir a clínica do pai, o também ortopedista Luiz Andrade, morto em um acidente de carro há dez anos. Perseu havia retomado às atividades em Ipiaú há dois anos e assumiria a Cliort, onde pretendia ampliá-la, como oferta de mais serviços.

Ele também atuava em outras clínicas e hospitais, como o Prado Valadares, em Jequié. Ortopedista com especialidade em cirurgia de pé e tornozelo, Perseu Almeida participava de mais um congresso da área no Rio de Janeiro.

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