Diante da escalada da violência nas últimas semanas, o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), deputado Adolfo Menezes, defendeu, nesta quarta-feira (6), a implantação de um fórum permanente para discussão da questão da segurança pública. “Não é um problema da Bahia, mas nacional, que precisa ser enfrentado por todos. Imagine que até os cartéis mexicanos querem vir pro Brasil”, destacou.
Para ele, a situação é preocupante, “porém, não há solução mágica”. Entende que o Legislativo pode contribuir hospedando um fórum permanente para discussão da Segurança Pública — talvez uma reedição do Pacto pela Vida — que reúna o Governo do Estado através não só das polícias Militar e Civil, mas com as secretarias do Trabalho, Educação, Saúde e Infraestrutura; o Governo Federal; as universidades, as igrejas, a representação da sociedade civil, as associações comunitárias. “A solução é a longo prazo, no entanto também não podemos ficar reféns do crime e da bandidagem”, propõe o chefe do Legislativo estadual.
O deputado Adolfo Menezes elogia o esforço do governador Jerônimo Rodrigues, do secretário Marcelo Werner, e do comandante da PM, coronel Paulo Coutinho, mas defende também que a ação policial seja, além de repressiva, mais preventiva e investigativa. “Nos anos 1990 — lembremos que a primeira apreensão de crack, no Brasil, foi em junho de 1990 — o tráfico de drogas se mudou do Rio de Janeiro para a Bahia, um estado com dimensões territoriais de um país. Precisamos de investimentos na área social, na geração de empregos, porque só aumentar o efetivo de policiais nas ruas não adiantará nada — enxugaremos gelo. E temos que trocar urgentemente o modelo só repressivo pela inteligência e pela investigação”, frisou.
O presidente do Legislativo diz que Salvador, assim como outras cidades baianas, como Feira de Santana, Jequié, Camaçari, Santo Antônio de Jesus e Simões Filho, transformaram-se em grandes centros do narcotráfico. “Não é só nessas cidades, mas as drogas tomaram conta também dos rincões mais distantes, nos distritos rurais mais afastados dos centros urbanos. Em 2021, foram apreendidos 870 quilos de cocaína. Em 2022, saltou para 2.160 quilos. E estamos falando só do que foi apreendido. É uma verdadeira calamidade pública”, concluiu o deputado.