Juíza diz que prisão de médica suspeita de injúria racial não atendia critérios; mulher foi liberada antes de audiência

Mulher chegou a ser levada para o Conjunto Penal Advogado Nilton Gonçalves, em Vitória da Conquista — Foto: SEAP / Reprodução

A juíza que expediu o alvará de soltura e liberou a médica presa por injúria racial, justificou a decisão nesta segunda-feira (6). Dalia Zaro Queiroz alegou que a prisão provisória da suspeita, realizada pela polícia, não atendia a todos os critérios necessários.

A suspeita, que é médica, foi presa em flagrante suspeita de chamar o funcionário de um bar de "macaco", no sábado (4), em Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia.

Apesar do pronunciamento, Dalia não detalhou quais seriam os critérios não atendidos. A suspeita foi liberada menos de 24h após o crime, antes de passar pela audiência de custódia.

Em janeiro deste ano, o crime de injúria racial (ofensa por raça, cor, etnia, religião ou origem) foi equiparado ao de racismo. Com isso, o crime se tornou inafiançável, sem prescrição, além de ter pena de reclusão e multa.

Entenda o caso

Segundo a Polícia Civil, por volta das 22h de sábado, a médica, que é de Minas Gerais, tentou entrar no estacionamento do bar, mas foi informada pelo segurança que não seria possível porque o local estava cheio.

Nesse momento, ainda de acordo com a polícia, a mulher apontou o dedo para o rosto do funcionário e o chamou de "macaco". Ela teria dito ainda que era uma médica e que entraria no local no momento que quisesse. O momento foi testemunhado por várias pessoas.

A suspeita foi levada para o Distrito Integrado de Segurança Pública (Disep) e depois encaminhada para uma cela feminina no Presídio Nilton Gonçalves, local em que passaria por audiência de custódia nesta segunda. No entanto, na noite de domingo (5), foi expedido um alvará de soltura e a suspeita foi liberada. 

G1

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