Conheça as 10 melhores empresas para trabalhar na Bahia ; Jacobina Mineração e Comércio é uma delas

Reportagem: Correio 24 Horas

Nos últimos dois anos, a chegada da pandemia reconfigurou as relações de trabalho, acelerando processos e mudando a cara da rotina das empresas, introduzindo novos formatos e trazendo novos desafios para gestores e colaboradores. Em meio a tantas mudanças, empresas foram provocadas a repensar estratégias para garantir um ambiente de trabalho favorável à produtividade, garantindo o bem-estar dos colaboradores.

De olho nas novas tendências do mercado de trabalho, a Great Place to Work, consultoria global que atua auxiliando empresas e organizações a alcançarem melhores resultados através da construção de uma cultura de confiança, alto desempenho e inovação, realizou mais uma edição da pesquisa Melhores Empresas GPTW Bahia, levantamento que desde 2013 identifica aquelas que têm empenhado esforços para melhorar o ambiente corporativo.

Neste nono ano da pesquisa, 32 organizações de setores como hotelaria, tecnologia, indústria, educação, advocacia e saúde participaram da premiação, mas apenas 10 entraram no ranking. De acordo com Caio Rodrigues, diretor da GPTW, a pesquisa representa um momento de grande importância para o colaborador, que pode expor os pontos fortes e de melhoria da companhia. “É aquela antiga fala: ‘se você não pode medir, você não pode gerenciar’. É por isso que a pesquisa existe” explica. “Via de regra, as empresas com melhor clima organizacional são aquelas que conseguem mergulhar com mais profundidade nas dores de seus colaboradores e desenvolver projetos e ações que ajudem seu time”, completa.

Caio acrescenta que os resultados da pesquisa desse ano traçaram um cenário positivo para as empresas baianas, com crescimento de 5% no nível de confiança – que é o indicador que ilustra a satisfação dos colaboradores.

“O mercado baiano tem se empenhado cada vez mais em melhorar ações as condições dos trabalhadores, inclusive estimulando o crescimento de desenvolvimento do seu quadro funcional”_Caio Rodrigues, diretor da GPTW.

Resultados

O levantamento, segundo a GPTW, foi dividido em duas etapas: a pesquisa quantitativa, realizada junto aos funcionários e a avaliação de práticas culturais. Nos critérios adotados pela consultoria à frente do estudo foi determinado que as empresas participantes tivessem ao menos 30 colaboradores. No total, a pesquisa envolveu 17.869 trabalhadores. Entre as empresas de pequeno porte, o Hotel Solar do Imperador, em Porto Seguro, ficou em primeiro lugar, seguido pela empresa de tecnologia WDC Networks. Já o terceiro lugar ficou com a representante do segmento de consórcios, Bomconsórcio.

Já na categoria grande porte, a Escola Bahiana e Saúde Pública foi mais uma vez coroada como a melhor empresa para se trabalhar na Bahia; seguida pela representante do setor têxtil, Kordsa; o terceiro e quarto lugar ficaram com a Supergasbras e o Laboratório Sabin, respectivamente. E o ranking foi concluído com a Jacobina Mineração – Yamana Gold, Freire, Gerbasi, Bittencourt e Macêdo Advogados e a Veracel Celulose.

Melhores empresas para trabalhar na Bahia (9ª edição – GPTW)

Médio e Grande Porte

1ª Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública
2ª Kordsa
3ª Supergasbras Energia Ltda
4ª Laboratório Sabin
5ª Jacobina Mineração – Yamana Gold
6ª Freire, Gerbasi, Bittencourt e Macêdo Advogados
7ª Veracel Celulose

Pequeno Porte

1ª Hotel Solar do Imperador
2ª WDC Networks
3ª Bomconsórcio S.A.

No panorama geral trazido pela pesquisa, relacionamento entre colaboradores, identificação com os valores da instituição, feedbacks da gestão, inclusão e diversidade estão entre os indicadores levantados junto às empresas. Para o presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos Seccional Bahia (ABRH), Vitor Igdal, os dados gerados por uma pesquisa qualitativa como esta são fundamentais. “O trabalho da GPTW é essencial para as equipes de gestão de pessoas saberem quais são os pontos prioritários de melhora para que consigam desenvolver planos de ação mais assertivos em relação ao clima organizacional”, diz.

O perfil traçado pela pesquisa demonstrou que as faixas etárias que predominam nas empresas participantes são de 26 a 34 anos (33%) e entre 35 a 44 (35%), já o nível de escolaridade predominante é de ensino médio ou menos (59%), seguido pelo nível superior completo (19%). Já no quesito gênero, as mulheres (59%) lideram em número de colaboradores em relação aos homens (41%).

Apesar da maioridade numérica, o levantamento demonstrou que as mulheres ainda seguem como minoria nos cargos de liderança. Segundo a pesquisa, apenas duas em cada 10 empresas consultadas possuem presidentes do sexo feminino. A média de idade entre os líderes das corporações é de 56 anos e o tempo médio ocupando o cargo é de sete anos.

Destaques

Entre as empresas premiadas, a média do tempo de existência é de 37 anos. Além disso, todas as organizações que ocuparam posições de destaque no ranking permitem que os funcionários participem de programas de voluntariado durante o horário e trabalho, além de contarem com alguém responsável por ações de combate à discriminação e promoção da diversidade.

“Dois temas que vêm crescendo muito nos últimos anos é a atenção que as empresas têm dado a saúde mental e a diversidade. Cada vez mais vemos provas, não só no mundo acadêmico, mas também no corporativo, que as empresas que têm os melhores resultados financeiros e inovação são aquelas que conseguem garantir um ambiente de trabalho psicologicamente saudável e diverso”, aponta Caio.

Para Vitor Igdal, da ABRH, a inclusão e a diversidade hoje são pautas essenciais para qualquer empresa que busca ter um ambiente de trabalho positivo, além do fato de políticas voltadas para a pluralização dos quadros de colaboradores terem influência direta nos resultados de inovação e produtividade.

“Nas empresas onde tenho circulado, a inclusão e a diversidade já são parte da cultura organizacional pois os gestores hoje percebem que ter pontos de vistas diferentes beneficia a criatividade e geram maior clareza na tomada de decisões”_Vitor Igdal, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos Seccional Bahia (ABRH)

Outro detalhe observado foi a capacidade das empresas envolverem os seus colaboradores nos processos de inovação. Todas as empresas do ranking apresentaram uma Taxa de Velocidade da Inovação (Innovation Velocity Ratio) acima de 60%.

Relacionamento

A pesquisa da GPTW também observou que a camaradagem entre as pessoas é muito bem avaliada, assim como o orgulho que elas têm da empresa onde trabalham. Nas organizações participantes, ao menos 55% dos colaboradores receberam três ou mais feedbacks ao longo do ano. “Acho que todo mundo já teve um chefe que ao invés de motivar, fazia exatamente o contrário. Por isso a transparência e a boa comunicação são elementos fundamentais para o sucesso da organização”, explica Vitor Igdal.

“Autonomia gera engajamento e o investimento em excelência gera reciprocidade. O colaborador se sente parte efetiva daquele ambiente e busca contribuir cada vez mais com os resultados”, completa. Qualidade de vida, oportunidade de crescimento e alinhamento de valores foram os principais fatores apontados pelos colaboradores para explicar a permanência nas empresas.

Compromisso

Parceiro do GPTW há nove anos, mais uma vez o Jornal CORREIO publica o ranking com as Melhores Empresas para Trabalhar na Bahia. A iniciativa reforça a posição de jornal líder no Nordeste, além de valorizar a importância do capital humano.

“Enquanto veículo de comunicação, sabemos como é importante destacar resultados positivos em nosso estado de práticas de gestão de pessoas”_Luciana Gomes, gerente Comercial e de Marketing do CORREIO.

GPTW

O Instituto Great Place to Work (GPTW) é uma empresa global de consultoria e treinamento fundada nos Estados Unidos, que realiza a pesquisa das melhores empresas para trabalhar em 109 países, envolvendo mais de 10 mil companhias e 12 milhões de colaboradores, em 92 idiomas. No Brasil, está presente desde 1997.

Conheça as estratégias que mantiveram a motivação dos colaboradores na pandemia

Em tempos de instabilidade econômica e uma gradual retomada das atividades nos mais variados setores da economia, organizações buscam se adaptar às diferentes modalidades de trabalho (presencial, híbrido e home office). Em meio à pluralidade de modelos que modificou as formas de interação entre colaboradores, empresas baianas têm utilizado diferentes estratégias para manter o engajamento e impulsionar a produtividade. Organizações que participaram da pesquisa Melhores Empresas GPTW Bahia 2022 se destacaram na realização de ações nesse sentido.

De acordo com o diretor da Great Place to Work, Caio Rodrigues, 2021 e 2022 vêm sendo os anos nos quais as corporações estão finalmente conseguindo fazer a tomada de decisão sobre qual modelo de trabalho irá continuar no médio e longo prazo. “De fato, dependendo de qual é o setor e a cultura que a empresa está inserida, pode variar muito”, aponta.

O executivo comenta que devido à grande cobrança dos colaboradores por maior flexibilidade de horários e espaço, parte das empresas vem optando pelo modelo de trabalho híbrido e remoto. “Neste caso, a atenção ao clima organizacional é ainda maior se queremos garantir os melhores talentos. Uma das grandes consequências é que vemos uma maior competitividade na busca por estes profissionais. Antes o RH se limitava a contratar colaboradores apenas das cidades onde tinham escritório, agora competição é global”, explica.

Exemplo disso é uma das ranqueadas na pesquisa Melhores Empresas GPTW Bahia 2022: a Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Como todas as organizações, teve sua rotina afetada pela chegada da pandemia e precisou encarar de frente a missão de se reinventar. “Tanto na área acadêmica quanto na técnica-administrativa, a transformação digital aconteceu a ‘toque de caixa'”, explica Telma Bastos, gestora de RH da Bahiana.

Telma revela que em meio às adversidades provocadas pela pandemia, as pessoas sempre estiveram no foco da organização.

“Temos uma forma de atuar colaborativa, sabemos o quanto a instituição é importante para tantas pessoas e seu propósito de servir e transformar realidades está muito alinhado com nossos valores pessoais. O cuidado com as pessoas nesses momentos difíceis trouxe o aumento de produtividade e de resultados”_Telma Bastos, gestora de RH da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.

Na lista de estratégias para manter os colaboradores engajados com os objetivos da instituição, a Bahiana fez um trabalho junto aos líderes de equipes, além de olhar de forma individualizada para os desafios encontrados por cada trabalhador. “Procuramos desenvolver empatia, ampliar feedbacks, fazer escuta atenta de seus liderados e implementar soluções a partir de propostas do time. Isso consolidou o processo de sinergia”, ressalta. “Nossa rede de cuidados foi ampliada desde orientações diversas para apropriação do home office, capacitações, encaminhamentos médicos, programa saúde da família e bem-estar online. Todos os processos foram revisitados de forma a torná-los mais ágeis e acessíveis, e a melhoria é contínua”, diz.

A indústria e os novos modelos de trabalho

No campo industrial, os desafios para transpor as dificuldades impostas pela pandemia foram ainda maiores. Porém, algumas empresas que já estavam antecipando o modelo híbrido antes mesmo da pandemia conseguiram direcionar as ações de forma mais eficiente. Um exemplo disso é a Veracel Celulose. “Já adotávamos o home office uma vez por semana antes mesmo da pandemia, portanto nos adaptamos muito rapidamente à rotina do modelo remoto durante o período de necessidade máxima de isolamento”, relata Dienane Brandão, gerente de Desenvolvimento Humano Organizacional na empresa.

“Estamos experimentando o modelo híbrido desde março de 2022. Passamos a dar uma atenção ainda maior a temas como saúde mental e relacionamento interpessoal e o atendimento oferecido pela liderança e pela área de saúde da empresa acolhe e apoia os colaboradores”_Dienane Brandão, gerente de Desenvolvimento Humano Organizacional da Veracel Celulose.

Já a WDC Networks, empresa do ramo de telecomunicações – com planta industrial localizada em Ilhéus, enfrentou obstáculos maiores para garantir o bem-estar daqueles que atuavam na linha de produção.

“Nossa solução foi enrijecer os protocolos de combate à Covid para garantir a segurança dos nossos colaboradores. Já nos setores administrativos, fizemos a transição para o home office, mas por todo o tempo procuramos manter a realização das campanhas comemorativas, entre outras dinâmicas, em formato virtual, que mantiveram a equipe próxima mesmo com a distância_Ruth Rigatieri, diretora de Gente & Gestão.

Reflexão

Passado o momento mais grave da pandemia e a disseminação da vacina, as empresas foram provocadas a refletir sobre qual o melhor modelo de trabalho. Em 2022, a discussão segue aquecida com cada organização buscando entender a melhor forma de determinar o seu funcionamento.

É o que diz o presidente da ABRH, Vitor Igdal: “se alguma empresa disser que tem a receita do melhor modelo, eu me arrisco a dizer que ela está mentindo. O fato é que o híbrido e o home office chegaram para ficar e o desafio das organizações é testar os formatos para identificar qual se adequa melhor ao seu quadro funcional e atividade”, destaca. “Temos visto países reduzindo a carga horária, mas mantendo um alto nível de planejamento e eficiência. A tendência é que esse debate se torne cada vez mais forte até pelos aprendizados que tivemos ao longo desse período”, diz.

Atualmente de volta ao regime presencial completo, o Hotel Solar do Imperador, empresa de Porto Seguro que também participou do levantamento realizado pela GPTW, teve grandes aprendizados no período da pandemia. “Somos uma empresa com 30 anos de história e que já está na terceira geração da nossa família, mas nunca tivemos um período tão desafiador como a pandemia”, diz seu diretor, Charbel Tauil.

“Como sempre tivemos a cultura de tratar o colaborador como parte da família, preservamos essa proposta no período mais difícil no qual não pudemos abrir as portas”_Charbel Tauil, diretor do Hotel Solar do Imperador.

Segundo Charbel, as reuniões semanais com líderes e a comunicação reforçada com todos os colaboradores foi mantida e essa estratégia foi fundamental para que a retomada das atividades da empresa a partir do relaxamento das restrições fosse sinônimo da mesma excelência pela qual a empresa sempre foi conhecida. “Aproveitamos o período para capacitar a nossa equipe, contratamos médico particular para fazer o acompanhamento de todos e, assim, garantir a segurança e que por trás de cada máscara houvesse um sorriso”, relembra. “Apesar dos desafios, nunca tivemos tanto tempo para rever nossos processos e analisar a gestão. Por isso acredito que saímos muito mais fortes”, aponta.

O que eu quero da empresa na qual trabalho?

Os colaboradores acreditam que:

98% As pessoas aqui são bem tratadas independentemente de sua cor ou etnia, orientação sexual, gênero e idade.​
97% Quando se entra nesta organização, fazem você se sentir bem-vindo​
97% Tenho orgulho de contar a outras pessoas que trabalho aqui​
96% Nossos clientes classificam nossos serviços e/ou produtos como excelentes​
96% Eu me sinto bem com a forma pela qual contribuímos para a comunidade​
O que os colaboradores não acreditam
75% Acredito que a quantia que recebo como participação nos resultados da organização é justa​
78% As promoções são dadas às pessoas que realmente mais merecem​
79% Os gestores envolvem as pessoas em decisões que afetam suas atividades e seu ambiente de trabalho​
80% As pessoas aqui são pagas adequadamente pelo serviço que fazem​
81% Os gestores evitam o favoritismo​

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