O setor mineral baiano vai registrar um aumento de mais de 53% em sua produção no primeiro semestre de 2021, em relação ao mesmo período de 2020. A constatação foi feita com base nos dados divulgados pela Agência Nacional de Mineração (ANM), e utilizados para um balanço semestral realizado pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM). A produção mineral bruta comercializada passou de R$ 3,7 bilhões, contra R$ 2,7 bilhões no período de 2020. O resultado coloca a Bahia em terceiro lugar no ranking nacional dos maiores produtores minerais, ficando atrás apenas de Minas Gerais e Pará.
O bom resultado também representa um incremento de receitas para os municípios com produção mineral, que recebem 60% da CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais), a contribuição paga pelas mineradoras. Em Jaguarari, no norte do estado, por exemplo, esta contribuição no período cresceu 161%, indo de R$ 3,2 milhões em 2020 para R$ 8,5 milhões em 2021. Outro caso expressivo foi o de Caetité, cuja CFEM passou de R$ 72 mil para R$ 2,5 milhões. Um crescimento de 3500%. Os números foram coletados no dia 16 de junho e a expectativa é que com o fechamento do mês sejam ainda maiores.
“Em bom português, podemos dizer que Caetité bombou! A melhor característica do dinheiro da CFEM é que ele é dinheiro novo. Ele não vem com restrições. O município pode identificar as áreas que estão precisando e utilizar o valor da melhor forma. Pode ser para educação, segurança, saúde, ou qualquer setor que for representar maior ganho para sua população.”, diz Antonio Carlos Tramm, presidente da CBPM.
A mineração assegura insumos e impulsiona negócios para milhares de empresas de todos os portes e de praticamente todos os segmentos. A sua remuneração salarial média é duas vezes maior que a das indústrias de transformação, construção civil e chega a ser três vezes maior que a do comércio. O setor promove uma forte dinamização da economia na região onde se insere, pois demanda toda uma cadeia produtiva de suprimentos e insumos.
Atualmente, a Bahia é o maior produtor brasileiro de barita, bentonita, cromo, diamante, magnesita, quartzo, salgema e talco; o segundo maior produtor de níquel; e o terceiro de cobre. É, ainda, o único produtor de vanádio e urânio do Brasil.
TABELA 10 MUNICÍPIOS COM MAIOR CRESCIMENTO NA ARRECADAÇÃO DE CFEM
Município | 1 sem 2020 | 1 sem 2021 | diferença | % |
JAGUARARI | R$ 3.289.486,80 | R$ 8.598.870,48 | R$ 5.309.383,68 | 161% |
ITAGIBÁ | R$ 4.217.488,86 | R$ 9.155.041,41 | R$ 4.937.552,55 | 117% |
JUAZEIRO | R$ 3.651.917,03 | R$ 8.574.505,65 | R$ 4.922.588,62 | 135% |
JACOBINA | R$ 10.000.691,81 | R$ 12.806.870,89 | R$ 2.806.179,08 | 28% |
ANDORINHA | R$ 2.291.136,40 | R$ 4.903.154,70 | R$ 2.612.018,30 | 114% |
CAETITÉ | R$ 72.397,11 | R$ 2.598.533,45 | R$ 2.526.136,34 | 3489% |
CAMPO FORMOSO | R$ 282.809,06 | R$ 1.704.606,91 | R$ 1.421.797,85 | 503% |
PARAMIRIM | R$ 146.206,75 | R$ 541.481,23 | R$ 395.274,48 | 270% |
BARROCAS | R$ 3.826.306,81 | R$ 3.964.099,87 | R$ 137.793,06 | 4% |
VERA CRUZ | R$ 627.154,07 | R$ 740.672,77 | R$ 113.518,70 | 18% |