‘Nem roubar eu não podia’, diz ex-prefeito sobre contratação de assessor no Piauí

O ex-prefeito e candidato à eleição em Santo Antônio de Lisboa (PI), Assis Cipriano (PSB), chamou atenção ao dizer, durante convenção partidária no último domingo (13), que “nem roubar podia”, por “vergonha” de um assessor com quem trabalhou quando era prefeito da cidade. O G1 tenta contato com o político e com o partido dele para questionar sobre a declaração.

“Antônio de Quincas [assessor e candidato a vice na chapa] foi um dos homens mais honestos que eu vi na minha vida. Botei ele pra trabalhar comigo lá, muito bom, mas depois nem roubar eu não podia, porque tinha vergonha dele”, disse o candidato.

A plateia riu, aplaudiu e Cipriano continuou: “Eu tinha [vergonha]. Eu era obrigado a ser [honesto] também. Se eu roubasse nessa prefeitura de Santo Antônio de Lisboa…”

Neste momento, um homem o interrompe e é possível ouvir ele dizer ao ex-prefeito: “Fale esse nome não”.

O ex-prefeito pergunta algumas vezes: “Como é?” e depois: “Está gravando?”. Assis Cipriano então continua: “Se eu roubasse em Santo Antônio de Lisboa, deviam era me matar, degolar, porque um homem nascido de pais simples, pessoas simples, meus avós simples, e ter graças a Deus o que eu tenho hoje, eu vim para a prefeitura de Santo Antônio, e roubar, eu mereço ser degolado”, disse.

O homem a quem Ciprino se refere na fala sobre honestidade é Antônio de Quincas (PSD), seu ex-assessor e candidato a vice na chapa dele à reeleição.

Assis Cipriano foi prefeito da cidade por dois mandatos consecutivos, eleito em 2008 e 2012. Ele foi preso uma vez, em 2009, durante a operação Monte Erimanto, da Polícia Civil, por porte ilegal de arma de fogo, e foi solto ao pagar fiança.

Segundo caso

Na semana anterior, o ex-prefeito de Cocal (PI) José Maria Monção, do PTB, também chamou atenção ao comparar seu governo com o do atual prefeito, Rubens Vieira (PSDB), durante convenção do MDB.

“Fui prefeito 3 vezes, sei do sofrimento. Mas também não roubei o tanto que esse aí roubou, não. Esse é descarado, está afundando Cocal”, afirmou José Monção.

Após o episódio, o PTB decidiu expulsar do partido o ex-prefeito. João Vicente Claudino, presidente estadual do PTB, disse ao G1 que o partido “não tolera atos dessa natureza” e que José Maria Monção agiu como se estivesse em um “campeonato de desvio de dinheiro público”.

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