Vencer na vida? – Rafael Verdival

Vencer na vida. Talvez o segredo mais mal guardado da humanidade. Em uma rápida busca no Oráculo Virtual do Terceiro Milênio – também conhecido como Google – é possível encontrar infinitos Mister M’s (você lembra dele, né?) revelando o tal segredo. E nessa maravilha revelada, você pode vencer na vida em 05 etapas. Se estiver com pressa, é possível em apenas 03. Está dado o maior spoiler da existência.

Visualize o que você realmente quer. Depois, trace objetivos. Mantenha a imagem de vencedor na mente. Também é importante aceitar que tudo é passageiro (menos o cobrador e o motorista). Por fim, porém não menos importante, perca para cacete. Ser derrotado é fundamental. Se jogue no poço segurando uma TV de 30 polegadas das antigas.

O Google permite encontrar vários exemplos de pessoas que venceram na vida. Veja só:

Thomas Edison: Inventou a lâmpada, mas antes era considerado burrão pelos professores.

Soichiro Honda: Não conseguiu emprego na Toyota, mas não se abateu e acabou criando a própria empresa de carros. Que ironia.

J.K Rowling: Esta aqui é autora de Harry Potter. Porém, antes de fazer mágica com as palavras, J.K era mãe solteira que sobrevivia com um auxílio do governo.

Bem, é inegável que essa turma aí de cima teve sucesso em suas empreitadas. Sucesso que não veio fácil. Se os exemplos são inúmeros,as fórmulas também são. Porém, entre tantas histórias inspiradoras que vemos por aí, é preciso questionar:é necessário vencer na vida?

Quando falamos em “vencer na vida”, somos remetidos à ideia de que a vida é uma competição. Nessa competição, aquele que compete deve enfrentar adversidades, acasos e pessoas que atrapalham a realização de algo relevante. Aquele que consegue lidar com tudo isso, vence. Como recompensa, se sente feliz e realizado.

Mas o que é, verdadeiramente, vencer na vida? Qual o prêmio?

Alguns vão dizer que é concluir uma boa faculdade e conseguir um bom emprego. Outros vão dizer que é ter uma família. Há quem diga que vencer na vida é proporcionar boa vida à família. Também há quem considere que vencer na vida é ganhar muito dinheiro. Mas, será que é isso mesmo?

Como todos sabem – ou deveriam saber -, a vida acaba. Todos morrem. Afirmar algo assim pode ser macabro, mas é real. Sendo assim, como é possível afirmar que alguém venceu, se a competição não acabou? O jogo só acaba quando termina – diriam os filósofos.

Vencer na vida implica determinar limites à experiência humana. O indivíduo enfrenta adversidades até o dia em que – finalmente – alcança o sucesso. A partir dali, as coisas perdem o sentido, afinal, a luta diária, que funcionava como força motora, cessa. É por isso que é fundamental se reinventar.

A vida não deve ser uma competição. Não precisamos ganhar de ninguém para sermos felizes. Ao final das contas, a felicidade real só pode ser constatada, verdadeiramente, quando a vida termina. É olhando para o conjunto da obra que se obtém o panorama total de sua qualidade.

Nessa perspectiva, é fundamental ter objetivos. Porém, esses objetivos devem ser renováveis. Simplesmente concluir uma faculdade não vai trazer felicidade. Arranjar um bom emprego também não. São as experiências que contam.

Penso que a vida tem mais a ver com uma boa música, que você aprecia até acabar, do que para uma disputa de pôquer, onde você aposta para vencer. O que importa é o prazer na reincidência. A felicidade do dia. Construir a vida feliz a partir da junção de vários pequenos blocos de felicidade.

Se é assim, cuidado para não se perder enquanto busca vencer.

 

rafaelverdival@gmail.com

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