Quando a cadelinha Lua, da raça maltez, desapareceu no condomínio em que morava a família Farias, parecia que algum ente havia morrido. “Voltar para casa deixou de ser uma experiência agradável, ver meus filhos sofrendo e chorando me cortava o coração e só aumentava a dor da perda”, conta o empresário André que, durante longos 10 dias, amargou a falta da pequenina. A aventura de Lua teve um desfecho feliz depois que foi encontrada por moradores das proximidades que viram os cartazes e devolveram a peluda em segurança. Casos de animais de estimação perdidos ou furtados são mais comuns do que se imagina e causam um estrago emocional significativo em bípedes e quadrúpedes. Como o seguro morreu de velho, sempre vale a pena investir em prevenção. Valem coleiras com plaquinha de identificação, microchipagem e até mesmo localizadores e dispositivos de segurança que avisam quando o animal sai do perímetro residencial. A segurança também pode ser obtida por meio de treinamento e os passeios diários que ajudam a evitar as fugas. De acordo com o veterinário Bruno Rapozo, para implantar o microchip sob a pele do animal não precisa haver procedimento cirúrgico ou anestesia. “O procedimento é rápido e parece muito com aplicação de uma vacina. O microchip é pequeno do tamanho de um grão de arroz e, antes da aplicação, o animal deve passar por um leitor para verificar a presença de outros microchips. Cada dispositivo funciona como a identidade com um número só dele e contendo todos os dados dos proprietários “, completa. A aplicação do dispositivo pode ser feita em qualquer clínica e custa em torno de R$150,00. Saiba mais...
Outra boa aliada no momento de buscar por animais perdidos são as redes sociais. “Também é importante fazer cartazes e colocar em clinicas veterinárias, pet shops e casas de ração”, lembra Rapozo. Para o veterinário, não existe raças, mas idades quando o animal está mais propenso às fugas. “Os machos podem fugir quando há uma fêmea no cio perto do domicílio e essa é uma questão séria porque elas, geralmente, podem voltar prenhas ou até mesmo com alguma doença venéreo transmissível. Isso também pode ocorrer com os machos é o chamado TVT”, esclarece. Outro fator que costuma provocar fugas são os fogos de artifício, que assustam os animais pelo barulho. “Por medo, eles podem acabar saindo e se perdem, por isso mesmo, é sempre bom evitar essas situações e verificar os portões e portas de casa”, completa. O veterinário ressalta ainda que o roubo de animais tem sido uma constante na cidade, uma vez que alguns animais possuem alto valor de mercado. “Os passeios devem ser feitos sempre em local movimentando e é importante se manter atento, evitando lugares escuros e desconhecidos”, completa. Quando mesmo com precaução não foi possível evitar a perda do animal de estimação, é preciso que o tempo de luto e o sentimento sejam respeitados. O psicólogo Clenilson Costa diz que a morte ou perda de um pet tem significado equivalente a perda de um membro da família. “Sendo assim, é fundamental não depreciar e ou diminuir o sentimento vivenciado por essa perda ou morte, um pet pode ocupar um local real (simbólico) na vida de uma pessoa humana que muitos não imaginam ou ignoram. Muitos pets se tornam se não a único, a melhor companhia, o melhor confidente, o melhor ou o mais sincero afeto”, pontua. Ele lembra que se pode até se comoção ou proximidade, mas o sentimento vivenciado é sempre de quem o sente. “Portanto, respeite, pondere e reflita antes de falar ou fazer algo”, diz. O psicólogo destaca que quando ocorre a perda é necessário respeitar o tempo e a organização de cada pessoa frente a essa perda. Ele pontua ainda que a presença de um novo animal não supera a perda inicial. “Se estivermos falando de amor, para esse, na minha visão, não existe substituto, o que não impede o nascimento de novos amores, mas para isso, pensar e tentar entender seu processo de perda é fundamental. Para algo nascer, é imprescindível ter espaço, tempo e disponibilidade”, finaliza.