Quase extintas pela caça desde o Brasil Colônia, as baleias Jubarte têm voltado à costa da Bahia. Graças a um trabalho de décadas, a conservação dos cetáceos tem garantido o retorno da vida selvagem ao litoral baiano - incluindo a costa da Grande Salvador - e, por tabela, oxigenado o turismo sustentável na baixa estação. Em pouco mais de um mês, 234 mamíferos foram avistados pela equipe do projeto Baleia Jubarte sediada em Praia do Forte, Mata de São João (Grande Salvador). Desse total, segundo levantamento do projeto, dez espécimes eram filhotes. Entre julho e novembro, essas gigantes migram dos polos ao litoral brasileiro, desde o Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte, em busca de águas rasas, quentes e abrigadas para acasalar. Aqui, elas cruzam, dão à luz depois de retornar dos polos e amamentam os filhotes. O mais recente censo realizado pelo projeto, em 2011, apontou 11.418 animais migrantes dos polos no trecho entre Sergipe e Rio de Janeiro. O crescimento é de 412,24% quando comparado com a primeira estimativa de 2.229 baleias, feita em 2001, entre Bahia e Espírito Santo. A estimativa dos pesquisadores é que, ao final do censo aéreo, o número estimado de cetáceos chegue a 15 mil. Veterinário, o diretor de pesquisa do projeto, Milton Marcondes, conta que a população de baleias no Brasil já chegou a cerca de 25 mil espécimes. "Mas, até a proibição da caça, em 1967, a população chegou a menos de 5% disso, entre 500 e mil animais", ele revela. (A Tarde)