Por melhores diagnósticos, entidade reivindica concurso público para patologistas

Os patologistas brasileiros comemoraram ontem quarta-feira (5) o dia nacional da categoria e alertam sobre a falta de acesso a diagnósticos de qualidade com agilidade, devido, em grande parte, à falta de uma carreira pública para a especialidade. Para a diretora da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), Luciana Salomé, esse é um dos grandes problemas que a patologia tem no país. “É um problema para o profissional e para a população”, disse em entrevista à Agência Brasil. Segundo ela, o papel fundamental do patologista no tratamento de uma doença é o de fornecer o diagnóstico correto ao clínico ou ao cirurgião que vai tratar o paciente. No entanto, médicos de todas as outras especialidades fazem concursos para preencher vagas nos serviços públicos de saúde. Luciana Salomé argumentou que os patologistas são enquadrados pelo governo na categoria de patologistas clínicos. Esse é um ramo da especialidade que trabalha de forma mais automatizada, com maquinário, onde colocam amostras de sangue, urina e fezes para fazer um diagnóstico. No caso do médico patologista, a diretora da SBP afirmou que o diagnóstico é muito mais artesanal. “Depende da boa formação e do olho do patologista. Ele precisa de fato examinar aquele material. Não há uma máquina que substitua o trabalho”, afirmou. O problema é que o credenciamento pelo serviço público hoje é feito da mesma maneira que os laboratórios de patologia clínica, ou seja, o único critério para o credenciamento é o menor preço, assegurou Luciana. “Você se vê cada vez menos respaldado para prestar serviço ao Sistema Único de Saúde, sendo que esse paciente continua precisando de um diagnóstico bem feito”. A reivindicação da SBP é de que haja uma formação de qualidade para os médicos, que sejam realizados concursos públicos para patologistas e que esses departamentos sejam considerados essenciais dentro dos hospitais.

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