Os professores e servidores da Universidade Federal da Bahia (Ufba), em greve há quase 60 dias, vão realizar um dia de mobilização nesta quinta-feira (6) para tentar sensibilizar a comunidade de interesse da universidade. Entre a programação estão um café da manhã com trabalhadores terceirizados, que estão sem receber salário há três meses, e coletiva de imprensa para apresentar os números sobre a crise da Ufba - ambos os eventos acontecerão na Reitoria, no Canela. De acordo com o professor da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Diego Marques, durante a tarde ainda haverá audiência entre os professores de programas de pós-graduação e a Reitoria de Pós-graduação. "A situação da pesquisa é mais dramática. Como 75% dos recursos de custeio foram cortados, a pesquisa científica está totalmente paralisada na Ufba", explicou. Segundo informações do comando de greve, a universidade conta com déficit de mais de R$ 32 milhões, ao passo que tem em caixa pouco mais de R$ 27 milhões. A estimativa é que em três meses a Ufba não terá mais dinheiro para funcionar. "A expectativa principal desse movimento é fortalecer o diálogo com a sociedade, para que a sociedade entenda que os professores e servidores estão em greve não porque querem, mas porque a situação orçamentária é inviável", disse Marques. "Mesmo se encerrasse, provavelmente a Ufba não tivesse condição de continuar e encerrar o ano de 2015 ", acrescentou. O professor disse ainda que não há perspectiva para encerramento da greve, o que está condicionado a uma resposta do governo federal. "O governo tem se mostrado insensível à situação da universidade, tem tratado o corte como necessidade acima de tudo e tem desprezado nossos apelos de suplementação orçamentária. Por mais que os cortes sejam diretriz do governo nesse momento, a educação e ciência não podem funcionar na situação", concluiu.(BN)