Por que a hipertensão pode levar à morte súbita?

A hipertensão arterial sistêmica é uma doença crônica que acomete os vasos arteriais do organismo, tornando-os mais rígidos. Essa alteração aumenta a resistência ao trabalho do coração, que é de contrair-se para promover a adequada distribuição do sangue e seus nutrientes aos diversos órgãos do corpo humano.
Ao se opor à contração cardíaca, esse aumento da resistência arterial provoca alterações na anatomia do coração, notadamente a hipertrofia miocárdica, isto é, o aumento da espessura do músculo cardíaco, marca registrada da hipertensão arterial sistêmica crônica não controlada. 

Um músculo cardíaco mais espesso precisará de mais energia para realizar sua função de bomba propulsora do sangue ao organismo. Essa necessidade aumentada de energia precisa ser compensada pelas artérias que irrigam o coração – as artérias coronarianas. Acontece que nem sempre o fluxo de sangue através das artérias coronarianas é capaz de suprir satisfatoriamente um músculo cardíaco hipertrofiado. E, para piorar, a hipertensão arterial também aumenta o risco de ocorrer uma obstrução nas artérias coronarianas, levando a mais isquemia ou mesmo infarto. De fato, quanto maior a hipertrofia miocárdica, maior a chance de ocorrer isquemia miocárdica, que nada mais é que a diminuição do fluxo sanguíneo ao músculo do coração. Assim, a isquemia miocárdica, ou o seu grau extremo, o infarto, leva ao sofrimento do músculo cardíaco, o qual, nessa situação, libera algumas substâncias que podem levar à completa desorganização dos batimentos cardíacos, conhecida por arritmia cardíaca. Entre as arritmias cardíacas, a fibrilação ventricular, a mais grave delas, é sinônimo de parada do coração, pois nessa situação o músculo cardíaco não se contrai efetivamente, não permitindo o mínimo bombeamento do sangue para circular nos tecidos, ocasionando a morte do indivíduo.

A fibrilação ventricular é o mecanismo mais comum de morte súbita cardíaca, situação definida como a morte inesperada, de causa cardíaca. Pacientes portadores de HAS têm incidência aumentada de morte súbita cardíaca, e um dos principais mecanismos envolvidos é a presença de hipertrofia miocárdica e suas consequências já descritas. A melhor maneira de prevenir a morte súbita nesses pacientes é o rígido controle da pressão arterial, segundo as orientações do seu cardiologista. Daí mais um motivo muito importante para a gente ser 12 por 8.
Kleber Ponzi – Médico Cardiologista – Eletrofisiologista – Belém – PA

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