Out Cientistas desenvolvem pênis cultivado em laboratório

Cientistas desenvolveram um pênis cultivado em laboratório para ajudar homens que têm anomalias congênitas ou sofreram lesão traumática, relatou o “Observer”. As próteses foram desenvolvidas por pesquisadores do Instituto Wake Forest de Medicina Regenerativa na Carolina do Norte, nos EUA, e estão em fase de aprovação, aguardando testes em seres humanos. O trabalho é financiado pelo US Armed Forces Institute of Regenerative Medicine, que espera usar a tecnologia para ajudar soldados com ferimentos no campo de batalha. O prof. Anthony Atala, diretor do instituto, disse ao “Observer” que a meta é fazer com que os órgãos sejam implantados em pacientes com lesões ou anomalias congênitas. Os pênis seriam cultivados utilizando as células do próprio paciente, para evitar o risco de rejeição pelo sistema imune após o transplante de órgãos. Atala disse à “Reuters” que, sendo um urologista pediátrico, a inspiração para o seu trabalho foi ter visto bebês nascidos com genitália deficiente e não haver boas opções de tratamento para esses casos. A opção de transplantes de pênis de dadores humanos mostrou-se controversa no passado, com o primeiro transplante aparentemente bem sucedido precisar ser removido duas semanas mais tarde. A cirurgia foi realizada em 2005, na China, no entanto, teve de ser revertida por causa dos problemas psicológicos experimentados pelo homem de 44 anos de idade e sua esposa. O cirurgião, Dr. Hu Weiile, escreveu em um relatório mais tarde: “por causa de um problema psicológico grave do paciente e de sua esposa, o pênis transplantado lamentavelmente teve que ser cortado”. Cirurgia de transplante de pênis não é algo comum, e apesar dela não ser muito mais complexa do que outros transplantes, os médicos questionam se o transplante pode tornar o órgão totalmente funcional. O Instituto Wake Forest está atualmente trabalhando em 30 diferentes tipos de tecidos e órgãos e tem sido bem sucedido no desenvolvimento em laboratório de órgãos no passado, o instituto orquestrou os primeiros transplantes de bexiga humana, em 1992, de uretra em 2004, e vagina em 2005. Atala conduziu anteriormente um projeto bem sucedido de cultivo de pênis para coelhos em 2008. Os trabalhos anteriores em coelhos mostraram que uma vez que o tecido estava no local correto, o corpo reconhecia as células como suas próprias. “Os estudos com coelhos foram muito encorajadores”, disse ele, “mas para obter a aprovação com seres humanos, precisamos de todos os dados que garantam segurança e qualidade, pois temos de mostrar que os materiais não são tóxicos, e precisamos explicitar o processo de fabricação passo a passo”.