6/6/2011 9h55 - Há um movimento na Bahia, que, de tempos em tempos, faz alarde pela privatização da Embasa, a Empresa Baiana de Saneamento, responsável pelo abastecimento da água que chega às nossas torneiras todos os dias. Se não chega em todas, aí é um problema a se resolver.
Nós, do Corino Urgente, somos contra a privatização da Embasa por vários motivos, mas o principal diz respeito ao compromisso social que uma empresa pública tem que ter.
A Coelba, que fornece a energia elétrica, foi privatizada em 31 de julho de 1997 ao preço de R$ 1,73 bilhão, e hoje pagamos valores exorbitantes todos os meses para ter direito à energia fornecida.
A Neoenergia, que é a dona da Coelba, é uma empresa que vive de negócios, e, por conseguinte, de lucros, o que é absolutamente natural, está no seu papel.
O erro está nos governantes baianos da época que permitiram e apoiaram a privatização de uma empresa de tamanha importância.
A privatização é necessária na maoria dos setores públicos, mas não em serviços essenciais como água, energia e recursos naturais que, se bem administrados, são muito lucrativos.
Fernando Henrique, por exemplo, tentou privatizar a Petrobras e transformá-la em Petrobrax, e só não o fez devido a forte pressão popular.
A solução não está em privatizar tudo, mas numa ampla e irrestrita reforma política e administrativa para aprimorar o padrão do serviço público brasileiro.
A privatização da energia elétrica significou altos investimentos na infraestrutura energética, mas ao mesmo tempo passou a significar um fardo muito pesado no já arrochado orçamento do consumidor baiano, com majorações muito acima da correção dos salários e dos serviços diversos que fomentam a economia local.
A transformação da Coelba em empresa particular já é um claro aviso de que a privatização da água não pode ocorrer tão cedo.
Basta você prestar mais atenção no valor da sua conta de energia e comparar com o que você pagava há alguns meses e fazer o mesmo em relação a seu salário ou rendimento.
O resultado dessa comparação irá deixar você boquiaberto, de queixo caído, estupefato e, mormente, indignado.
Defender a privatização da água não passa de uma desaçatez daqueles que não têm compromisso algum com as vibrantes cores da nossa Bandeira.
CORINO RODRIGUES DE ALVARENGA
Diretor-Presidente do Corino Urgente